A agência de rating S&P está mais otimista em relação ao setor bancário em Portugal, o que no caso do Millennium BCP levou a uma melhoria da classificação de risco da dívida em um nível. A melhoria da notação para o BCP foi, porém, insuficiente para que a dívida do banco liderado por Miguel Maya deixe de ser considerada um investimento de “alto risco” (vulgo, “lixo”).

“Os bancos portugueses estão a fazer progressos na reviravolta, registando resultados positivos na atividade doméstica [recorrente] após seis anos consecutivos de prejuízos líquidos”, afirma a S&P em comunicado divulgado esta terça-feira. Esta é uma “tendência que acreditamos que irá continuar”, acrescenta a agência — em particular, a redução das carteiras de crédito malparado e a melhoria dos níveis de rentabilidade estão ao alcance dos bancos nacionais.

Outro fator que contribui para o maior otimismo em relação ao setor bancário português é que, na leitura da S&P, “ao ter voltado para mãos privadas, o Novo Banco vai acelerar a sua reestruturação e, gradualmente, regressar ao normal”. Isto é algo que irá “beneficiar o quadro concorrencial dada a posição anteriormente relevante do banco”, além de reduzir “os riscos de contágio, latentes, que representava para o resto do sistema” financeiro.

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A atualização da análise da S&P levou a que fossem reafirmados os ratings dos vários bancos que a agência segue em Portugal, mas no caso do BCP isso levou a uma melhoria da notação em um nível, de BB- para BB. Para deixar de ser considerado um investimento de “alto risco”, a dívida do BCP terá, porém, de subir mais dois níveis — para BB+ e, depois, para BBB-.

Apesar de não mexer nos ratings do Santander e do BPI, a agência refere que a qualidade do risco de crédito dos dois bancos melhorou nos últimos tempos. Ambos têm ratings de BBB-, o que já é considerado um “investimento de qualidade”.

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