O Japão e cinco países do Sudeste Asiático adotaram esta terça-feira, em Tóquio, uma nova estratégia de três anos para melhorar as acessibilidades através de “infraestruturas de qualidade”, noticiou a agência de notícias japonesa Kyodo.

O documento, assinado pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e os líderes do Camboja, Laos, Myanmar [ex-Birmânia], Tailândia e Vietname, destaca o desenvolvimento de recursos humanos e a proteção ambiental como principais pilares da cooperação entre o arquipélago nipónico e os cincos países situados ao longo do rio Mekong.

Os líderes, na cimeira Mekong-Japão, reafirmaram também o compromisso em abordar os programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte e as tensões causadas pelas disputas no mar do Sul da China, onde Pequim tem expandido a influência militar, segundo o documento.

“Queremos desenvolver esforços para promover a paz, o desenvolvimento, o crescimento sustentável e um futuro rico e próspero para esta região”, disse Abe, em conferência de imprensa, após a cimeira.

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O primeiro-ministro japonês anunciou a disponibilidade do país em fornecer apoio a 30 mil trabalhadores de vários setores ao longo da região do Mekong nos próximos três anos.

Sob a “Estratégia de Tóquio 2018 para a Cooperação Mekong-Japão”, os líderes dos vários países saudaram a política do Japão em promover uma região do Indo-Pacífico “livre e aberto”.

A zona do Mekong é vista como um mercado promissor e um destino importante para as exportações de infraestruturas das empresas japonesas. Aquela área conta uma população de 238 milhões e um Produto Interno Bruto (PIB) total de 781 mil milhões de dólares (mais de 681 mil milhões de euros) em 2017, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para Tóquio, a área do Mekong também é importante a nível geopolítico, uma vez que está localizada entre a Índia e a China, duas grandes potências da região, e dispõe de importantes rotas marítimas no mar do Sul da China, disseram as autoridades japonesas.