Nikki Haley, a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, demitiu-se inesperadamente. Donald Trump tweetou esta manhã que faria um “grande anúncio com a grande amiga embaixadora Nikki Haley na Sala Oval às 10h30”, 15h30 em Portugal, e disse aos jornalistas que a embaixadora demissionária vai deixar o cargo no final do ano após realizar “um trabalho incrível”. O presidente norte-americano convidou ainda Nikki Haley para regressar à administração em qualquer outro papel, afirmando que “pode escolher” o novo cargo.

Nikki Haley era a representante dos Estados Unidos na ONU desde janeiro de 2017, tendo sido nomeada logo depois da tomada de posse do presidente norte-americano. Segundo a Fox News, os dois já tinham discutido a saída da embaixadora na semana passada, quando esta visitou o presidente norte-americano na Casa Branca, e Haley já tinha expressado há seis meses a vontade de deixar o cargo. Agora, terminando com as especulações, Nikki Haley sublinhou que não tenciona candidatar-se à presidência dos EUA em 2020, nem fazer frente política a Trump nas próximas eleições.

Apesar de ter sido crítica da campanha de Donald Trump durante as primárias do Partido Republicano em 2016, Nikki Haley acabou por se afirmar como um elemento de destaque na administração do atual presidente dos Estados Unidos ao vincar os objetivos do executivo no que diz respeito ao Irão ou à Coreia do Norte. O anúncio da demissão surge após Haley ter sido presidente temporária do Conselho de Segurança das Nações Unidas durante um mês; na pequena biografia da conta oficial de Twitter, a embaixadora demissionária já retirou todas as menções à função desempenhada na organização.

A demissão de Nikki Haley acontece no mesmo dia em que uma organização, a Citizens for Responsibility and Ethics,  pediu uma investigação a sete viagens privadas de avião realizadas pela embaixadora das Nações Unidas, mas que terão sido pagas por executivos da Carolina do Sul, o estado norte-americano onde Nikki Haley nasceu. Todos os voos aconteceram em 2017 entre Nova Iorque, Washington e três cidades desse estado onde chegou a ser governadora antes de trabalhar na administração Trump.

A Citizens for Responsibility and Ethics quer que o inspetor geral do Departamento de Estado investigue as sete viagens, que no conjunto custaram 24 mil dólares, porque “ao aceitar presentes de voos privados de luxo, a embaixadora Haley parece estar alinhada com outros funcionários da administração Trump que estão a obter benefícios pessoais através das suas posições públicas”, disse Noah Bookbinder, diretor executivo do grupo. “As nossas leis de ética são claramente escritas para evitar até mesmo a aparência de corrupção e influência imprópria”, sublinhou.

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