É uma onda de crimes que está a chocar o México e o mundo. Um homem que responderia pelo nome de Juan Carlos terá nos últimos seis anos assassinado 10 mulheres num subúrbio citadino do Estado do México, Ecatepec, abusando sexualmente de algumas das vítimas antes de as matar.

As circunstâncias dos crimes tornam a série de homicídios ainda mais macabra: “o monstro de Ecatepec”, como foi chamado, e a namorada “Patrícia”, guardavam partes dos corpos das vítimas em baldes cheios de cimento, dentro de frigoríficos, na sua moradia e numa propriedade próxima. Depois, transportavam esses bocados esquartejados num carrinho de bebé, dentro de uma carrinha, e vendiam-nos (assim como os bens que as vítimas transportavam quando raptadas) a um comprador ou compradores de identidade ainda desconhecida.

O casal ainda vendeu pelo menos um bebé de uma das vítimas, que a polícia entretanto encontrou e entregou à avó materna. Foi precisamente o desaparecimento desse bebé, Valentina, de dois meses, e o desaparecimento da sua mãe, Nancy Huitron, de 28 anos, no passado mês de setembro, que levou a polícia a investigar o casal, mandar parar o carro onde seguiam e revistá-lo, encontrando os bocados humanos no carrinho de bebé e detendo os dois suspeitos. Já este fim-de-semana, a polícia mexicana encontrou bocados cortados de cadáveres nas duas habitações que Juan Carlos e Patrícia usavam.

Segundo referem a BBC e o El Sol de Mexico (entre outros), além de confessar ter assassinado 10 mulheres e de ter identificado pelo menos três das vítimas — além de Nancy Huitron, também Arlet Olguín, de 23 anos e Evelyn Rojas, de 29 –, Juan Carlos terá detalhado os crimes. Juan Carlos e a namorada vendiam roupa e comida por conta própria e, a 8 de setembro, terão atraído Nancy Huitron e a sua filha de dois meses à casa do casal, com a promessa de que lhes iriam mostrar bens para venda. Desconhece-se ainda se o mesmo método terá sido utilizado para atrair as outras vítimas. Um pormenor que causa alguma estranheza é o facto de as três vítimas identificadas pelo homicida serem todas mães solteiras.

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Os vizinhos terão dito à polícia que viam regularmente o casal transportar o carrinho de bebé, onde os bocados de cadáveres foram encontrados pela polícia.

O estado do México é uma das regiões onde acontecem mais homicídios de mulheres. Só entre janeiro e abril deste ano, desapareceram 395 pessoas nessa região, mais de metade (207) das quais mulheres. Em Ecatepec, subúrbio pobre do Estado do México, têm decorrido protestos de indignação face aos crimes grotescos e em memória das vítimas.