O prémio europeu RegioStars foi esta terça-feira atribuído, em Bruxelas, ao Centro de Negócios do Fundão, que criou 500 postos de trabalho qualificados após uma aposta na atração de tecnológicas para aquele concelho do distrito de Castelo Branco.

Em quatro anos, o Centro de Negócios e Serviços Partilhados (CNSP) do Fundão permitiu atrair 14 empresas das tecnologias de informação, criar mais de 500 postos de trabalho e impulsionou um ecossistema que gerou 68 ‘startups’ e projetos, além da implementação de programas intensivos de conversão de desempregados em programadores informáticos, que já abrangeu 240 pessoas (50% sem formação superior e uma taxa de empregabilidade de 97%).

O CNSP estava entre os finalistas dos prémios RegioStars 2018, um galardão com o qual a Comissão Europeia distingue projetos inovadores e de boas práticas de desenvolvimento regional, apoiados por fundos europeus.

O projeto da Câmara do Fundão venceu na categoria de apoio à transição industrial inteligente e os prémios vão ser entregues durante a cerimónia RegioStars Awards, que decorre esta terça-feira, no Square, em Bruxelas.

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Portugal foi ainda contemplado com o prémio de Escolha do Público, com o projeto de requalificação da Vista Alegre, no concelho de Ílhavo, onde foi fundada no século XIX aquela fábrica de porcelana.

Os outros projetos reconhecidos com este prémio são: TeKiDe, da Finlândia, que cria novos produtos através da reciclagem de fibra têxtil (categoria de transição para uma economia de baixo carbono); um projeto de habitação social na cidade de Ostrava, na República Checa, (melhor acesso a serviços públicos); um programa de integração laboral e social de refugiados na região de Múrcia, Espanha (resposta aos desafios da migração); reconversão da aldeia mineira de Nant Gwrtheyrn, no País de Gales, num centro cultural (investimento no património cultural).

Para a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, o projeto do Fundão “mostra que, com liderança, com estratégia, com focos, com parcerias, há, de facto, um caminho para o Interior que não tem que passar só pelos setores tradicionais, mas pelos setores de ponta”.

A partir da refuncionalização de um pavilhão multiusos e da instalação da primeira tecnológica, tudo o resto “foi uma bola de neve”, conseguindo atrair-se “quadros qualificados, outras empresas e obrigou a ter um mercado de arrendamento e serviços de qualidade de saúde e de educação”, frisou Ana Abrunhosa.

O projeto do Fundão envolveu um investimento de 2,4 milhões de euros (com apoio de fundos comunitários) e consistiu na transformação de um pavilhão multiusos com 15 anos no CNSP, que hoje é a casa de centenas de programadores informáticos.

Portugal era o país com mais projetos entre os 21 finalistas do RegioStars, com dois do Norte e dois do Centro.

O i3S e o Centro de Negócios e Serviços Partilhados do Fundão concorriam na categoria de apoio à transição industrial inteligente, o projeto Kastelo na área de melhor acesso a serviços públicos e o Museu da Vista Alegre na categoria de investimento no património cultural.

Portugal estava ainda representado no projeto internacional ClimACT, um consórcio de nove instituições europeias liderado pelo Instituto Superior Técnico, de Lisboa.