Convenhamos que, a menos que seja proibido adquirir ou circular em determinada zona com um automóvel equipado com motor de combustão, seja a gasolina ou a gasóleo, não é fácil convencer a maioria dos condutores a dar preferência a um veículo eléctrico.

É certo que há sempre os devotos do ambiente ou os que sentem mais de perto os problemas com o ar que respiram, mas grande parte dos condutores vai sempre colocar no outro prato da balança os custos superiores e a autonomia inferior, optando pelos motores a gasolina ou diesel.

Consciente que isto não vai lá apenas com boa vontade, a VW decidiu empurrar os seus quadros para os veículos eléctricos que a marca produz, sabendo que a oferta vai ser muito maior a partir de 2020. E fiel ao princípio que, se não vai a bem, vai a mal, o CEO do Grupo VW, Herbert Diess, arregaçou as mangas e encontrou uma solução salomónica.

O responsável pelos Recursos Humanos da VW, Gunnar Kilian, entende que os executivos da empresa devem servir de exemplo

De acordo com o Der Spiegel, Diess decidiu que se hoje há um carro de serviço eléctrico por cada 1.000 unidades movidas a combustível derivado de petróleo, já em 2019 o rácio vai passar de 1 para 10, nos 20.000 carros da frota ao serviço dos empregados, só na Alemanha. Assim de repente, é um salto brutal que vai agitar a vida de muitos altos quadros da empresa. Mas não pode haver nada de errado em utilizar os carros que se pretendem vender ao público…

O responsável pelos Recursos Humanos da VW, Gunnar Kilian, está perfeitamente alinhado com Diess, e outra coisa não seria de esperar, defendendo que “os executivos devem levar consigo, com orgulho, o fascínio da tecnologia dos eléctricos para os seus contactos com a sociedade”. E para evitar hesitações, Kilian apressou-se a tranquilizar os empregados, garantindo que a obrigação (para muitos) de usar carros eléctricos vai arrancar “entre meados e fim de 2019”. Ou um pouco mais tarde, uma vez que a marca se viu obrigada a atrasar o início da produção do I.D. Neo e não faz grande sentido forçar os executivos a conduzir um e-Golf, que vai ser descontinuado a prazo.

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