A tecnologia 5G é a protagonista da edição deste ano do Big Smart Cities, que pretende atrair ideias e projetos inovadores com vista à exploração do potencial criado pela nova geração de redes móveis. Até ao próximo dia 21 de outubro, é possível submeter candidaturas nas áreas da Educação, Energia, Mobilidade, Saúde e Turismo.

Promovida pela Vodafone e pela Ericsson, numa organização conjunta com a Nova School of Business & Economics, a 6.ª edição da competição de empreendedorismo estreia este ano um novo formato. O concurso é separado em dois programas distintos, com o intuito de agrupar os projetos concorrentes de acordo com a fase de desenvolvimento em que se encontram:

5G University Challenge – para equipas universitárias com ideias de aplicações práticas, que demonstrem as potencialidades da quinta geração móvel em soluções de smart cities;

5G Startup Competition –  dirigido a startups de base tecnológica, em fase mais adiantada de desenvolvimento de soluções para as cidades inteligentes e que sejam potenciadas pelo uso da rede 5G.

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A competição de startups inclui ações locais dedicadas à captação de candidatos em diferentes cidades. A próxima vai ter lugar em Lisboa, no dia 16 de outubro, depois do sucesso alcançado no Porto e em Coimbra. Os projetos vencedores ficam logo apurados para a fase final, além de receberem um prémio em dinheiro no valor de 500 euros.

A melhor ideia do University Challenge vai receber mil euros, enquanto o vencedor da Startup Competition ganha dez mil euros para investir no negócio. A isto, juntam-se as vantagens da incubação no Vodafone Power Lab e a oportunidade de acelerar os projetos no Vodafone 5G Hub, um laboratório de inovação que reúne empresas do setor, universidades e startups com vista ao desenvolvimento da quinta geração móvel e, assim, comprovar as potencialidades do 5G.

Até à grande final do Big Smart Cities 2018, que terá lugar em dezembro perante um júri especializado, os finalistas de cada programa vão ter acesso a um período de pré-aceleração. Esta fase inclui sessões de formação, workshops e acompanhamento técnico, disponibilizado por especialistas em 5G. Em paralelo, decorrem as candidaturas da Rede Nacional de Cidades Experimentais (RNCE), onde podem inscrever-se os municípios que pretendam testar soluções de smart cities em fase de pilotagem, em contexto real e em primeira mão.

Êxito crescente

Ao fim de cinco edições, o Big Smart Cities já se tornou uma referência na promoção do empreendedorismo na área das tecnologias. Ao todo, já foram apresentados mais de 800 projetos, 100 finalistas (20 por ano) e uma taxa de criação de empresas entre os 30% e 40%. Taxa essa que tem vindo a subir, uma vez que, como explica Luís Pedro Cardoso, responsável dos Serviços e Inovação da Vodafone Portugal, “desde a primeira edição, a maturidade dos participantes evoluiu de ideias para startups já formadas e com um nível de desenvolvimento superior”.

Em termos de resultados, Luís Pedro Cardoso realça que “a inovação não está confinada às grandes empresas, e, cada vez mais, tem origem em fontes externas, como os empreendedores e as startups, com ideias e conceitos desafiantes”. Para o responsável da Vodafone, é fundamental “trazer o máximo de use cases para o 5G Hub e começar a plantar ideias que possam ser potenciadas pelo 5G, acompanhando e contribuindo para o seu crescimento”.

Ao lado da Vodafone na organização do Big Smart Cities pelo terceiro ano consecutivo, a Ericsson “aposta não só nos standards e desenvolvimento de tecnologia, mas também na componente de exploração das oportunidades de mercado, para, em parceria com os operadores de telecomunicações, desenvolver o ecossistema e encontrar novas aplicações e oportunidades de negócio,” explicou Luís Miguel Silva, Presidente da Ericsson Portugal.

Nesta edição, Luís Miguel Silva destaca duas grandes vertentes em termos de expectativas. Por um lado, a introdução de áreas por explorar, “como a de vigilância com conteúdos de maior débito, enriquecidos com interpretação e inteligência artificial, controlo remoto associado a equipamentos diversos e massificação de sensores para um leque alargado de aplicações, tirando partido da crescente gama de terminais IoT de baixo custo”. Por outro lado, alguns exemplos podem passar pelo “universo de experiências imersivas, utilizando imagens e vídeo de alta qualidade (HD e 3D) com interatividade, associadas a controlo e operação remota em tempo real, seja para fins de entretenimento ou aplicado a indústrias específicas, como é o caso da medicina, turismo ou outras áreas de gestão urbana”.

Luís Miguel Silva salienta ainda que “a rede 4G está em grande evolução e permite já antecipar alguns dos conceitos futuros da rede 5G, significando que é possível passar já das ideias à experimentação”.

Em 2017 foi assim

A grande vencedora do ano passado foi a Pavnext, startup que apresentou um piso rodoviário capaz de provocar a redução da velocidade dos veículos e, ao mesmo tempo, fazer o aproveitamento da energia cinética resultante. Francisco Duarte, CEO eFounder Pavnext, contou-nos que a ideia surgiu durante o doutoramento no MIT-Portugal, tendo como objetivo inicial “converter a energia libertada pelos veículos, para o pavimento, em energia elétrica”.

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Foi na sequência do desenvolvimento da tecnologia que surgiram as outras características do projeto, mais ligadas à segurança rodoviária, como a capacidade para reduzir a velocidade dos veículos. O CEO destaca a importância da exposição mediática alcançada no Big Smart Cities, que lhes permitiu “chegar a parceiros e clientes muito além do que tínhamos previsto, abrindo imensas portas que nos permitem realizar os desenvolvimentos com outra velocidade”.

Esta startup ganhou também a oportunidade de testar o projeto em Cascais, cidade que integra a Rede Nacional de Cidades Experimentais, encontrando-se, atualmente, a trabalhar na componente industrial do produto, “estando para muito breve a primeira aplicação da tecnologia em ambiente real”.

No ano passado, foram também premiadas a Tram Grid, um equipamento que converte a energia da rede dos Elétricos da Carris em corrente contínua para carregar automóveis elétricos; a Smart Forest, com uma solução integrada de sensores para recolher dados sobre as florestas e, assim, antecipar incêndios; e a Tibu que é uma aplicação móvel para pôr em contacto viajantes independentes e conhecedores locais.

Além do efeito catalisador junto da comunidade empreendedora, o Big Smart Cities é o evento que tem vindo a contribuir de modo definitivo para o reforço da importância de uma visão estratégica das cidades inteligentes e seus benefícios. Este é um compromisso essencial para a implementação de políticas públicas de suporte à aplicação de soluções de smart cities.