Os enfermeiros iniciam quarta-feira o primeiro de seis dias de greve para exigir ao Governo que apresente uma nova proposta negocial da carreira de enfermagem que vá ao encontro das expectativas dos profissionais e dos compromissos assumidos pela tutela.

“A greve tem como objetivo essencial exigir ao Governo a apresentação de uma proposta de carreira que vá ao encontro das expectativas dos enfermeiros, mas, mais do que isso, que vá ao encontro dos compromissos que foram assumidos por parte do Governo e do Ministério da Saúde no protocolo negocial que visava precisamente determinar quais as matrizes e em que moldes iria ser feita a valorização da carreira de enfermagem”, disse à agência Lusa Guadalupe Simões, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Com início às 8h00, a greve realiza-se hoje exclusivamente nos hospitais (blocos operatórios e cirurgia de ambulatório) e na quinta-feira em todas as instituições de saúde do setor público que tenham enfermeiros ao serviço, segundo o pré-aviso de greve.

A paralisação nacional repete-se nos dias 16, 17, 18 e 19 de outubro, dia em que está marcada uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, para exigir do Governo o cumprimento dos compromissos que assumiu mo processo negocial de 2017.

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Os sindicatos exigem a revisão da carreira de enfermagem, a definição das condições de acesso às categorias, a grelha salarial, os princípios do sistema de avaliação do desempenho, do regime e organização do tempo de trabalho e as condições e critérios aplicáveis aos concursos.

Reivindicam, entre outras matérias, que a Carreira Especial de Enfermagem seja aplicável a todas as instituições do setor público/SNS e a todos os enfermeiros que nelas exercem independentemente da tipologia do contrato e que sejam consagradas as condições de acesso à aposentação voluntária dos enfermeiros e com direito à pensão completa sejam os 35 anos de serviço e 57 de idade (base inicial para negociação).

Os enfermeiros portugueses cumpriram dois dias de greve nacional nos passados dias 20 e 21 de setembro pelo mesmo motivo e que, segundo os sindicatos, teve uma adesão de 80,4%.

A greve é convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), pelo Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM), pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR) e pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE).

Greves já afetaram mais de 100 dias

Segundo escreve esta quarta-feira o jornal Público, desde o início do ano já foram mais de 100 os dias afetados por greves de âmbito nacional (dia inteiro ou apenas parciais) no setor da enfermagem.

Entre as greves marcadas pelos vários sindicatos, a greve em curso às horas extraordinárias e os protestos nacionais, já foram afetados 105 dias — o que representa 37% dos 282 dias que já passaram de 2018, detalha o Público.