Três em cada quatro portugueses consideram que a saúde não é uma prioridade para o Governo, apontando para pouca preocupação com os utentes, demoras no atendimento e falta de profissionais de saúde, segundo um inquérito hoje divulgado.

Um inquérito feito a mais de 600 adultos portugueses, tendo em conta a estratificação da população, mostra que 74% dos inquiridos diz que a saúde não é uma prioridade para o Governo em Portugal. O inquérito foi realizado no âmbito do projeto ‘3F – Financiamento, Fórmula para o Futuro’, liderado pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares e apoiado por empresas da indústria farmacêutica e das tecnologias em saúde.

Os que entendem que não é uma área prioritária para o Governo dão como indicador a “pouca preocupação com a saúde dos utentes”, os “tempos de espera longos”, a “falta de médicos/profissionais de saúde” e também um “baixo investimento na saúde”.

Os inquiridos criticam sobretudo o tempo de espera para cirurgias e para primeiras consultas, sendo que os portugueses que moram no interior são mais críticos do acesso ao Serviço Nacional de Saúde do que os que vivem no litoral.

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Na sua última visita ao hospital, quase nove em cada dez inquiridos recorreram ao serviço público, mas quase 30% diz que escolheu uma unidade do Serviço Nacional de Saúde por ser mais barato do que o privado,

Aliás, os inquiridos caracterizam os hospitais privados como mais rápidos e com melhor atendimento e avaliam-nos melhor em vários critérios. Contudo, na competência e conhecimentos dos profissionais de saúde a diferença entre público e privado é quase nula.

É no item dos tempos de espera para consultas e exames que os hospitais públicos surgem mais penalizados na avaliação comparativa com as unidades privadas. Quanto ao financiamento, os inquiridos consideram que a saúde é a segunda área a receber mais financiamento estatal, seguida da segurança social. Ainda assim, 70% entendem que o valor atribuído à saúde é insuficiente.