O furacão Michael acabou de chegar à costa oeste dos Estados Unidos da América e a NASA, a agência espacial norte-americana, publicou imagens de satélites do momento em que a tempestade entrou pela costa da Florida dentro. No momento que entrou em terra, a tempestade Michael movia-se a 23 quilómetros por hora e tinha ventos sustentados de 250 quilómetros por hora. Se os ventos acelerarem mais dois quilómetros por hora, Michael sobe para um furacão de categoria 5 e passará a ser catastrófico.

No momento em que Michael chegou a terra, a tempestade fez história. Este é o primeiro furacão de categoria 4 a atingir a Língua de Terra da Flórida, o maior a chegar a essa região desde o furacão Dennis em 2005 e o mais poderoso dos últimos 14 anos a chegar à costa oeste norte-americana. Além disso, os dados estatísticos do Centro Nacional de Furacões dizem que, em termos de pressão atmosférica, Michael é neste momento o nono furacão do Atlântico mais poderoso a atingir terra.

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[Veja no vídeo como o furacão Michael é visto do espaço]

O Centro Nacional de Furacões emitiu um comunicado a dizer que o Michael ainda pode piorar: “O Michael deve virar para nordeste e começar a acelerar à medida que se move ao longo do sudeste dos Estados Unidos até quinta-feira à noite. O ciclone deve chegar novamente ao Atlântico ocidental na sexta-feira, e mover-se rapidamente para leste-nordeste ao longo do Atlântico Norte este fim de semana”, prevê. Rick Scott, governador da Florida, diz que espera níveis de destruição nunca registados nos últimos 100 anos.

Os meteorologistas preveem inundações com até 4 metros de altura. Também avisaram que “o Michael vai produzir danos causados ​​pelo vento potencialmente catastróficos” e que “ventos com força de furacão que ameaçam a vida ocorrerão na Língua de Terra da Flórida, sudeste do Alabama e sudoeste de Georgia”.

Só as cidades que estiverem no percurso do olho de furacão é que vão experimentar curtos períodos de calmaria durante a passagem da tempestade. O olho é a parte central do ciclone tropical em torno do qual giram as nuvens que compõem o furacão e onde se verificam as pressões atmosféricas mais baixas e as temperaturas mais altas de todo o fenómeno meteorológico. A uma altitude de 12 quilómetros podem registar-se temperaturas até 10 ºC mais quentes do que nas regiões vizinhas, embora na superfície essa diferença esteja entre os dois e os 3 ºC. O clima é tão pacífico lá dentro que pode ser possível observar o céu e, durante a noite, ver estrelas.

O olho do furacão pode ter ter entre oito e 200 quilómetros de diâmetro, mas a maior parte não ultrapassa os entre 30 e 60 quilómetros de comprimento, explica o Laboratório Meteorológico e Oceanográfico do Atlântico.