Roger Waters, fundador dos Pink Floyd que segue uma carreira a solo aos 75 anos, acusou Bolsonaro de ser neofascista, equiparando-o a Donald Trump, Nigel Farage e ao húngaro Viktor Orbán. As acusações foram feitas terça-feira durante um concerto no Estádio Allianz Park, em São Paulo. As acusações dividiram a plateia e deram origem a uma série de aplausos, mas também a uma enxurrada de palavrões.  Enquanto o músico falava era ouvidas algumas palmas, mas também gritos como ”Fora PT!”.

”Vocês têm uma eleição importante dentro de 3 semanas, deste modo, têm que decidir bem sobre quem querem para presidente”, disse Waters enfrentando uma multidão de cerca de 45 mil pessoas, no final do concerto na passada terça-feira. ”Eu sei que não é da minha conta, mas quero dizer que sou contra o ressurgimento do fascismo em todo o mundo. E como crente nos direitos humanos – que incluem o direito ao protesto pacífico – eu preferiria não viver sob as regras de alguém que acredita que a ditadura militar é uma coisa boa”, acrescentou o músico sob aplausos e assobios. “E lembro-me bem dos tempos difíceis vividos na América do Sul com as juntas da ditadura militar, e era feio”, concluiu.

Foi ainda bastante visível o seu descontentamento relativamente aos resultados da primeira volta das eleições do Brasil, quando o ex-baixista dos Pink Floyd projetou uma tela, em cima do palco,  com o nome de Bolsonaro ao lado de nomes contestados, como Trump, Farage, Orbán e Marine Le Pen com o aviso: ”O neo-facismo está em ascensão”.

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A frase #EleNão – o mote de protesto do movimento anti-Bolsonaro no Brasil – foi também exibida.

Bolsonaro venceu a primeira volta, no domingo, com quase 50 milhões de votos, 46%. Agora irá defrontar, Fernando Haddad, candidato do Partido dos Trabalhadores, a 28 de Outubro.

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