O banco central norte-americano é “demasiado agressivo” na forma como está a ajustar a política monetária nos Estados Unidos, afirmou esta quinta-feira de novo o presidente norte-americano, Donald Trump.

Em declarações ao programa matinal “Fox and Friends”, Trump disse que quer que a Reserva Federal (Fed) “seja menos agressiva” porque está a cometer “um grande erro”.

Já na quarta-feira à noite o presidente norte-americano tinha deixado críticas ao banco central após a forte queda registada na bolsa de Nova Iorque. “A Fed está a cometer um erro. Creio que a Fed enlouqueceu”, disse Trump aos jornalistas em Erie, no estado da Pensilvânia, antes de realizar um comício.

Depois destas declarações o principal conselheiro económico de Trump, Larry Kudlow, explicou no canal televisivo CNBC que o presidente “não dita a política da Fed”. “Sabemos que a Fed é independente”, sublinhou Kudlow, acrescentando que considera que o que ocorreu na quarta-feira foi “uma correção normal num mercado que tem estado em alta”.

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A bolsa nova-iorquina encerrou a sessão de quarta-feira com fortes e generalizadas baixas, na sua pior sessão em oito meses. Os três índices de referência perderam mais de 3%. A queda foi atribuída a uma derrocada no setor tecnológico num contexto de forte subida das taxas de juro.

O rendimento das obrigações norte-americanas registou um aumento inesperado na semana passada, após declarações do presidente do banco central, Jerome Powell, sugerindo que a instituição vai continuar a subida gradual das suas taxas de juro de referência para evitar um sobreaquecimento da economia, que se tem mostrado particularmente dinâmica.

No final de setembro, a Reserva Federal decidiu subir as taxas de juro em 25 pontos base, o terceiro aumento desde o início do ano. A taxa dos fundos federais passou a ficar entre 2% e 2,25%, o nível mais elevado em 10 anos.

Pela primeira vez desde 2011, a Fed deixou de referir-se à sua política monetária como sendo “acomodatícia”, sinónimo de uma política monetária com taxas de juro baixas para apoiar a recuperação económica. A Fed prevê ainda aumentar as taxas mais uma vez em 2018 e três vezes em 2019.