O encontro entre Donald Trump e Kanye West, que teve lugar na sala oval da Casa Branca, na passada quinta-feira, ficou marcado por abraços, palavrões e por um estranho monólogo do rapper norte-americano, no qual reforçou que apoia incondicionalmente o presidente republicano. Um encontro que está a ser considerado um dos mais bizarros entre um Presidente e um músico na Casa Branca, desde que Richard Nixon recebeu Elvis Presley em 1970 — isto porque música e a cultura não foram os principais temas de agenda.

Kanye, de 41 anos, foi recebido na Casa Branca com o ex-jogador de futebol americano, Jim Brown, também afro-americano, para discutir a reforma no sistema prisional americano com o Presidente Trump. Usando um chapéu vermelho, com o lema da campanha de Trump, “Make America Great Again”, Kanye não se poupou ao uso de palavrões como “Motherfucker” no seu estranho monólogo, no qual fez referência à “infinidade do universo” bem como à bipolaridade, doença que afirma ter-lhe sido mal diagnosticada recentemente.

Os meus pais divorciaram-se, por isso nunca tive uma figura de referência masculina consistente durante o meu crescimento, agora que casei estou numa família na qual também as mulheres estão em maioria – é ótimo, no entanto”, afirmou Kanye à imprensa presente na sala oval, conta o The Guardian.

West continuou o seu discurso, abordando o problema das relações raciais, impostos, justiça criminal e, por fim, deu uma justificação pouco comum para apoiar a presidência atual dos Estados Unidos. “Eu adoro a Hillary, mas o lema da sua campanha, “I’m With Her”, não me fez sentir como um ‘pai que está lá para o seu filho’, dado que o meu foi ausente”, justificou o rapper, afirmando que “meter este chapéu [da campanha de Trump] fez-me sentir o Super Homem. Você [Donald Trump] fez-me sentir o Super Homem.”

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When rapper Kanye West visited President Donald Trump at the White House on Thursday he had quite a few things to say. In an impassioned but sometimes hard to follow 10-minute speech, West talked about the “male energy” of Trump’s 2016 campaign, the U.S. relationship with North Korea and his belief that he was misdiagnosed with bipolar disorder. “I tell you what, that was pretty impressive,” Trump said after West had finished speaking. “It was from the soul,” West responded. “I just channeled it.” West has been publicly supportive of Trump for several months, giving a similar speech to the audience after a recent performance on “Saturday Night Live” that was not aired. Video source: Pool/Associated Press

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Este encontro realizou-se menos de duas semanas após Kanye ter demonstrado o seu apoio a Donald Trump durante uma emissão do programa humorístico Saturday Night Live, tendo sido alvo de várias críticas por parte da audiência e de algumas pessoas na indústria do entretenimento.

No auge do seu discurso, Kanye levantou-se da secretária presidencial e disse que “o que eu preciso é que o Saturday Night Live e os liberais se apercebam que: se ele [Trump] não fizer boa figura, nós também não faremos. Este é o nosso presidente. Tem de ser e estar impecável.”

No momento em que a imprensa questionou se Kanye ia tornar os rumores de concorrer à presidência americana verdade, o rapper respondeu que poderia vir a fazê-lo “apenas após 2024”, “não nos vamos preocupar com o futuro. Tudo o que temos realmente é o presente… o Trump está na sua demanda heroica neste momento e não estava à espera de ter um “motherfucker” como o Kanye West, (referindo-se a si mesmo na terceira pessoa), a apoiá-lo, vamos tornar a América fantástica.”

Mudou de nome, apoiou Trump e quis abolir a emenda que proíbe a escravatura. O que se passa com Kanye West?