Uma semana depois da Supertaça, conquistada pelo FC Porto frente ao Sporting na Mealhada (4-1), arrancou este fim de semana mais um Campeonato Nacional de hóquei em patins e logo com um dérbi entre dois dos principais candidatos ao título. No final, o empate por 3-3 acabou por não agradar a nenhum dos conjuntos, que perderam os primeiros pontos numa competição que se prevê tão ou mais competitiva do que a do ano passado. Em paralelo, e como ponto de curiosidade, é preciso recuar 30 anos, mais concretamente a janeiro de 1988, para se ver um triunfo verde e branco como visitado no Campeonato – daí para cá, entre algumas extinções e regressos à modalidade do conjunto de Alvalade, o Benfica soma dez vitórias e cinco empates nas deslocações ao terreno do rival. Ficou, sobretudo, mais um bom espetáculo com pavilhão bem composto.

Logo no primeiro minuto, Albert Casanovas, com um remate antes do meio-campo que teve a “interferência” de Jordi Adroher na área, inaugurou o marcador. E, de forma atípica, esse seria o único golo até ao intervalo, que chegou também com um número bem mais baixo do que o habitual de faltas (1-4). Os momentos mais mornos, com tempos de ataque prolongados, acabaram por ser a grande marca dos 25 minutos iniciais. Pedro Gil, que regressou após lesão, começou no banco mas acabaria por fazer toda a diferença no encontro, ainda acertou no ferro da baliza dos encarnados mas, além das boas intervenções de Ângelo Girão e Pedro Henriques, a grande diferença em relação aos dérbis da última época entroncou mesmo em Casanovas, a dois níveis: por um lado, na capacidade defensiva que consegue emprestar ao Benfica; por outro, nos tiros de longe que foram sempre um problema para os leões. Houve uma troca importante no conjunto de Pedro Nunes no ataque, com a saída de João Rodrigues para o Barcelona e a chegada do ex-jogador dos catalães Ordoñez, mas foi o espanhol a assumir-se como o grande “reforço” neste primeiro encontro, contra um adversário que apresentou os mesmos dez da última temporada.

Mesmo com algumas alterações nas equipas iniciais (Nicolia, o grande artista do Benfica que esteve também lesionado, começou no banco mas já iniciou o segundo tempo), as principais características mantiveram-se após o intervalo, sem muitos espaços para “partir” o jogo apesar da maior pressão da equipa de Paulo Freitas para chegar ao empate. No entanto, seriam os visitantes a aumentar a vantagem, com Adroher a aproveitar um ressalto após novo remate de Casanovas para, num grande trabalho, enganar Girão e fazer o 2-0 (34′). Logo na jogada seguinte, Pedro Henriques fez uma enorme defesa a desvio de Toni Pérez na área, mas seria um lance mais infeliz do guarda-redes encarnado, num remate enrolado de Caio, que levou ao 2-1 (38′).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O golo acabou por ser o dínamo que o Sporting necessitava para entrar no seu melhor período na partida, talvez um dos poucos em que o Benfica, tendo mais ou menos bola ou oportunidades, não conseguiu controlar. Um período que levou os leões ao empate, que voltou a colocar os encarnados na frente, que deu até a possibilidade para fecharem o jogo mas que deixou tudo em aberto para os minutos finais: Pedro Gil, com um remate fantástico ao ângulo, fez o 2-2 aos 42′; Nicolia, com uma recarga na área por baixo de Girão, apontou o 3-2 no mesmo minuto; Caio, de grande penalidade, não conseguiu ultrapassar Pedro Henriques em três momentos (43′); e Adroher, no seguimento de um livre direto por cartão azul a Vítor Hugo, não transformou um livre direto aos 44′, mantendo-se o resultado durante a situação de power play.

Com Font e Gil a serem os grandes condutores dos ataques verde e brancos, o veterano espanhol acabaria por voltar a fazer o 3-3 em mais um remate colocado sem hipóteses para Pedro Henriques quando faltavam apenas três minutos para o final, fixando o mesmo resultado que se tinha verificado em Alvalade para o Campeonato no ano passado.

Em relação aos restantes encontros desta primeira jornada, a grande surpresa acabou por ser o empate do Óquei de Barcelos na receção ao Riba d’Ave. Já os restantes principais candidatos, FC Porto e Oliveirense, confirmaram o seu favoritismo nos jogos em casa com Oeiras (7-1) e Juventude de Viana (8-3). Nas restantes partidas, o Sp. Tomar venceu o Paço de Arcos por 3-2; o Valongo goleou o Marinhense por 6-1; e o HC Braga derrotou o Turquel por 3-0.