O Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em África diminui 3% na primeira metade deste ano, seguindo a tendência do ano passado, segundo o Monitor das Tendências de Investimento, lançado segunda-feira pelo organismo das Nações Unidas para o Comércio (UNCTAD).

“Em África, o abrandamento do IDE continuou na primeira metade deste ano a redução verificada no ano passado, reduzindo-se 3% e ficando perto dos 18 mil milhões de dólares”, lê-se no documento hoje divulgado em Genebra.

Entre as sub-regiões africanas, a UNCTAD destaca que a África Austral registou uma significativa melhoria, mas atribui boa parte desse resultado à capacidade da África do Sul atrair mais investidores.

“O aumento substancial foi motivado em grande parte pela África do Sul, que registou IDE de 3,4 mil milhões no primeiro semestre deste ano, o que compara com 1,1 mil milhões registados no período homólogo de 2017”.

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Na África Ocidental, por seu lado, foi registado um “declínio significativo”, com os investidores a afastarem-se desta região rica em recursos.

O IDE diminuiu 17% na primeira metade do ano, caindo de 5,2 mil milhões de dólares para 4,3 mil milhões, diz a UNCTAD.

“O ambiente económico global volátil e os preços das matérias-primas com uma tendência indefinida são fatores importantes por trás do enfraquecido IDE para África”, lê-se no Monitor, que acrescenta “que o esperado crescimento de IDE para África devido a avanços na integração regional ainda está por se materializar”.

A nova Zona de Livre Comércio Africana (ZLEC), aprovada em Kigali em março último, “quando estiver em funcionamento, pode desencadear um interesse renovado dos investidores no continente”, conclui a UNCTAD na parte relativa a África, para a qual não há dados disponíveis desagregados por país.

O único país lusófono mencionado no documento é o Brasil, que foi o nono principal destino de IDE, captando 25 mil milhões de dólares no primeiro semestre deste ano, apesar da incerteza política relativamente ao resultado das eleições deste mês.