Um total de 916 pessoas morreram em ações envolvendo a polícia durante os oito meses de intervenção militar na área de segurança pública no estado brasileiro do Rio de Janeiro, informa esta segunda-feira um relatório do Observatório da Intervenção.

O documento, elaborado pela organização não governamental ligada ao Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Brasileira Cándido Mendes, adianta que, entre fevereiro, quando começou a intervenção, e 10 de outubro, um total de 2.989 pessoas foram mortas de forma violenta no mesmo estado.

“As políticas de combate às drogas e confrontos como um método de segurança pública são responsáveis para os números inaceitáveis do Rio de Janeiro: além das mortes de civis e militares, quase mil mortes de civis devido à ação policial”, refere o relatório.

Além da morte de civis, 74 membros da Polícia e do Exército foram assassinados no mesmo período.

Deste total, 27% morreram no cumprimento do dever (em combates ou ataques de criminosos), 40,5% morreram em situações de roubo e outros 16% em situações de vingança ou por participação no mundo do crime.

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Em 16 de fevereiro, o presidente do Brasil, Michel Temer, decretou uma intervenção na área de segurança pública no Rio de Janeiro para enfrentar a crise de violência que se desencadeou desde os Jogos Olímpicos de 2016.

Segundo o estudo, do total de mortes ocorridas durante a intervenção militar, 172 ocorreram nas 553 operações que o Exército realizou no estado.

Nestas operações, o Exército apreendeu 617 armas, o que dá pouco mais de uma por cada ação que os militares realizaram.

Regulamentada por um decreto presidencial, a intervenção militar na área de segurança pública do Rio de Janeiro termina em 31 de dezembro.