As inúmeras operações de combate à condução sob efeito de álcool, realizadas no último ano pela polícia angolana, abriu as portas a um novo negócio, que consiste em contratar um motorista para conduzir o carro apenas no perímetro controlado.

A informação foi avançada, esta terça-feira, pela Unidade de Trânsito de Luanda e pela Brigada Especial de Trânsito (BET), que já “apanharam”, só este ano, 2.300 automobilistas a conduzir sob efeito de álcool.

Segundo as duas instituições, a maioria dos automobilistas “apanhados” pela polícia apresentou uma taxa de álcool de 1,2 gramas por litro, tendo-lhes sido aplicadas multas entre 150 mil a 200 mil kwanzas (429 euros a 572 euros).

No entanto, segundo as duas instituições, para se desviarem da operação policial, os automobilistas estão a contratar, por um valor que varia entre os 1.000 e os 2.000 kwanzas (de 2,8 a 5,7 euros), motoristas para conduzirem as viaturas do interior da Ilha de Luanda – principal ponto de diversão noturna da capital angolana – para o centro de Luanda, onde geralmente são montados os postos de controle da polícia de trânsito.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A mesma fonte explicou que outra maneira encontrada de evitarem o controlo é estacionarem a viatura antes da brigada de trânsito, solicitando, depois, o serviço de um taxista, procedimento igual para o regresso até ao local onde se encontra estacionado o carro.

A polícia já se manifestou preocupada com o facto, considerando que a atitude dos cidadãos que optam por essa prática é “irresponsável”, uma vez que acabam, depois, por conduzir os carros sob o efeito de bebidas alcoólicas no regresso a casa.

Os acidentes de viação são a segunda causa de morte em Angola, depois da malária, sendo a condução sob efeito de álcool, o excesso de velocidade, a falta de iluminação e o desrespeito às regras de trânsito apontadas como as principais causas da sinistralidade rodoviária no país.