A equipa de futebol que ficou presa numa gruta na Tailândia durante 17 dias esteve no programa da apresentadora norte-americana Ellen DeGeneres e contou o que se passou no interior do complexo de Tham Luang. As doze crianças e o treinador que as acompanhou contaram como ficaram presos no interior da caverna, como sobreviveram lá dentro e como está a ser a recuperação desde que foram resgatados. No final da entrevista, Ellen DeGeneres revelou a surpresa que tinha reservada para eles: além de umas camisolas de futebol personalizadas, o grupo recebeu a visita do futebolista Zlatan Ibrahimovic, o atleta favorito dos treze rapazes.

Os treze rapazes falavam sobre as expetativas que têm para o futuro, quando revelaram que todos gostavam de ser jogadores profissionais de futebol. Ellen DeGeneres peguntou-lhes quem era o jogador de futebol favorito da equipa, que respondeu em uníssono: “Zlatan Ibrahimovic”. Em resposta, Ellen DeGeneres disse: “Era muito bom conhecê-lo, não era? Vem daí, Zlatan!”. Foi então que o futebolista saiu dos bastidores do estúdio do programa, surpreendendo a equipa de futebol: “Estes miúdos são mais corajosos do que eu. Mostraram um trabalho de equipa notável, muita paciência e fé. Esta é provavelmente a melhor equipa do mundo”, elogiou Ibrahimovic. Veja o momento aqui em baixo.

Auxiliados por uma tradutora, os jovens explicaram que entraram na gruta de Tham Luang porque esse é um ponto turístico importante naquela região da Tailândia, mas algumas das crianças nunca a tinham explorado: “Decidimos entrar para ficar apenas uma hora, mas precisámos de mais tempo do que isso”, explicou o treinador da equipa de futebol, arrancando gargalhadas ao público. E continuou: “Ao fim de uma hora tentámos sair mas, ao chegar à inteseção no interior da gruta, percebemos que o nível da água tinha aumentado demais e percebemos que não conseguiríamos sair”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Questionadas sobre se tinham sentido medo, as crianças responderam que não: “Sempre tivemos esperança. Sabíamos que, se nós não conseguíssemos sair, alguém tinha de nos ir lá buscar”. Para manter essa calma, o grupo usou as técnicas de meditação que o treinador — que foi monge budista antes de ter saído do templo para cuidar da avó — lhes ensinou dentro da caverna: “O treinador disse-nos para orar e meditar para nos conseguirmos manter calmos. Ele ensinou-nos que quando estamos mais calmos também conseguimos ter um melhor raciocínio e descobrir o que fazer a seguir”. Isso foi sublinhado pelo treinador: “Quando meditamos somos capazes de conservar energia, para não usarmos demasiada energia enquanto estamos lá dentro”.

Um dos jovens pertencente à equipa de futebol explicou que isso foi importante porque não tinham nenhuma comida com eles no momento em que ficaram presos dentro da gruta. Todos os mantimentos que tinham comprado nesse dia ficaram à entrada da gruta: “Quando vimos que estávamos presos lá dentro, percebemos que o melhor era beber água. Por isso começámos a beber a água limpa que caía das rochas, porque a água que se acumulava lá dentro estava suja e poluída”.

Enquanto esperavam pelas equipas de resgate, dormir foi difícil, mas possível: “Acordávamos e adormecíamos constantemente, apesar de estar muito húmido e frio lá dentro”. Todos sabiam que dia e que horas eram porque o treinador tinha um relógio digital. Foi assim que conseguiram perceber que quatro dos treze rapazes fizeram anos enquanto estavam dentro da gruta. Mesmo assim, não celebraram os aniversários de ninguém, nem sequer cantaram os parabéns para marcar a data.

Quando foram descobertos e as operações de resgate começaram, foram precisas oito horas a retirar cada um dos rapazes. Antes disso, todos foram sedados para que não entrassem em pânico durante as operações de mergulho. Segundo o relato dos rapazes a Ellen DeGeneres, nenhum deles se lembra de nada do que aconteceu durante o resgate: “Nem sequer sabíamos que havia tanta gente a ver o que acontecia connosco. Só percebemos isso quando chegámos ao hospital”, contam eles.

Três meses depois da saída da gruta, todos os rapazes dizem querer receber “uma boa educação” para terem “bons trabalhos” e ao mesmo tempo conseguirem ser jogadores profissionais de futebol: “Assim podemos tomar conta das nossas famílias”, concluíram eles.