Uma galeria que irá receber as exposições temporárias da Coleção de Têxteis do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), composta por 4.600 peças, é inaugurada esta terça-feira, às 18h00, e abre ao público na quarta-feira. De acordo com o MNAA, o espaço, que irá mostrar uma coleção reunida ao longo de mais de 180 anos, “é mais um passo” na remodelação da ala norte do 1.º piso do museu, iniciada com a criação, no final de 2015, da atual Sala do Presépio Português.

Os projetos para a sua configuração iniciaram-se há um ano, e a museografia “atende à necessidade de se mudar a exposição aí apresentada em ciclos de oito meses, uma rotação do acervo em exposição que se justifica pela fragilidade das peças”, segundo o museu.

Na exposição inaugural, que abre ao público na quarta-feira, o MNAA vai evocar a própria cronologia da constituição da coleção através do seu núcleo fundador, o dos paramentos bordados, cruzando a história dos objetos com a do museu. Essa história inicia-se com as incorporações resultantes da extinção das ordens religiosas, em 1834, e da aplicação da Lei da Separação do Estado das Igrejas, de 1911, seguindo-se um período longo de adoção de estratégias de organização e de enriquecimento deste espólio – entre 1915 e 1975 – e, a partir de 1980, a consolidação da sua identidade patrimonial.

O núcleo central da coleção de têxteis resulta da desamortização dos bens artísticos das ordens religiosas, constituído, na sua maioria, por paramentos litúrgicos, e foi inicialmente reunido na Academia Real de Belas-Artes de Lisboa, transitando, após 1884, para o então criado Museu Nacional de Belas-Artes e Arqueologia. Desse espólio seria herdeiro e continuador o atual MNAA, que lhe sucedeu a partir de 1911.

A remodelação do MNAA vai prosseguir pela intervenção, em curso, na zona da Capela das Albertas, que irá permitir – segundo o museu – em meados de dezembro, abrir ao público a grande sala do presépio onde ficará, como peça central, o chamado Presépio de Belas, já restaurado.

Criado em 1884, o MNAA acolhe a mais relevante coleção pública de arte antiga do país, em pintura, escultura, artes decorativas portuguesas, europeias e da Expansão Marítima Portuguesa, desde a Idade Média até ao século XIX, sendo um dos museus nacionais com o maior número de obras classificadas como tesouros nacionais.

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