O Governo venezuelano anunciou quarta-feira que está disposto a iniciar uma nova fase de diálogo com a oposição, incluindo receber uma missão da União Europeia para tentar resolver a crise no país.

“Que venha quem quiser vir, se vier de boa fé, se vier com a boa fé de promover um diálogo democrático e de convivência democrática na Venezuela, que venha quem quiser vir”, disse o ministro venezuelano de Comunicação e Informação.

Jorge Rodriguez falava numa conferência de imprensa, no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, durante a qual vincou que o requisito para promover o diálogo político no país é ter “boa fé” e “não mentir”.

Segundo o ministro, com esse propósito, o Governo venezuelano tem tido “distintos contactos”, entre eles com o senador norte-americano Bob Corker, do Partido Republicano, e “a oposição também se tem reunido com funcionários do Congresso dos EUA.

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Por outro lado, explicou que o Governo venezuelano reuniu-se recentemente, em Caracas, com o secretário de Estado para a Cooperação Internacional e para a Ibero-América e as Caraíbas, Juan Pablo Laiglesia, enviado pela Espanha para promover um processo de diálogo.

“Demos-lhe a nossa versão da situação atual na Venezuela. Ele também se reuniu com amplos setores da oposição venezuelana e há uma conclusão que todos compartilhamos (…) a de que a imensa maioria dos venezuelanos acreditam que deve ter lugar um processo de diálogo (no país)”, frisou.

A posição do Governo da Venezuela tem lugar depois de a alta representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Federica Mogherini, anunciar, segunda-feira, que a União Europeia vai explorar, com países da América Latina, as possibilidades de encontrar soluções para crise política da Venezuela, com países da América Latina.

De acordo com o ministro venezuelano, Caracas está “pronta para um processo de diálogo (…) mas sem agendas fechadas, pelo contrário, suficientemente abertas porque isso é uma vacina contra a violência”.

Desde 2014 que o Governo venezuelano e a oposição realizaram pelo menos cinco tentativas frustradas de diálogo, que terminaram com acusações mútuas de incumprimento do acordado.