As autoridades turcas já terminaram as buscas no consulado da Arábia Saudita em Istambul e estão agora a investigar outros dois locais: a residência do cônsul e uma floresta onde se suspeita que possa estar o corpo do jornalista Jamal Khashoggi. A informação é avançada pela TRT World, a versão internacional da televisão pública da Turquia, que esta quinta-feira deu conta de as autoridades suspeitarem de os restos mortais de Jamal Khashoggi terem sido escondidos na Floresta de Belgrado, situada a menos de 20 quilómetros do consulado saudita em Istambul.

Além disso, de acordo com o Washington Post, jornal para o qual Jamal Khashoggi escrevia, as buscas vão ser também alargadas a terrenos agrícolas na província de Yalova, a pouco mais de 100 quilómetros do centro de Istambul. As autoridades também não descartam a possibilidade de ali terem sido escondidos restos mortais do jornalista saudita.

Jamal Khashoggi ainda não foi dado como oficialmente como morto, embora a maioria dos relatos aponte para esse cenário. Desaparecido desde que entrou no consulado em Istambul às 13h14 locais de 2 de outubro, o jornalista que fugiu da Arábia Saudita em 2017 não deu quaisquer sinais de vida desde então.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, já deu a possibilidade de Jamal Khashoggi como sendo a mais provável. “A não ser que aconteça o milagre de todos os milagres, diria que ele está morto”, disse esta quinta-feira. “Digo isto com base em tudo — informações que nos chegam de todo o lado.” Sobre a possibilidade de haver consequências para a Arábia Saudita, um aliado estratégico dos EUA no Médio Oriente, Donald Trump respondeu: “Terão de ser severas”.

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Trump admite envolvimento de regime saudita na morte de jornalista e fala em “consequências severas”

As palavras do Presidente dos EUA contrastam com as do secretário de Estado, Mike Pompeo, que esteve reunido com o rei saudita e o príncipe herdeiro em Riade, tal como o Presidente da Turquia em Ancara. Pedindo tempo para que as investigações em curso — a turca e também a saudita — fossem concluídas e os seus resultados apresentados, o secretário de Estado dos EUA sublinhou a importância dos laços de Washington D.C. com Riade. “Nós temos uma relação estratégica longa, desde 1932, com a Arábia Saudita”, disse. “São um importante aliado estratégico dos EUA e temos de ter isso em conta.”

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