A Jaguar desabrochou no dia em que se livrou do jugo da Ford, que obviamente geria muito mal o fabricante, à semelhança do que fez com todos os outros que adquiriu e depois vendeu, sem os conseguir viabilizar, da Land Rover à Aston Martin. Concentrando-nos na Jaguar, a marca veio agora admitir que está seriamente a pensar assumir-se como um fabricante de veículos exclusivamente eléctricos, seguindo as pegadas da Tesla.

A Jaguar concebeu um dos melhores SUV eléctricos do mercado, mesmo agora que já se conhecem os Model X da Tesla, o e-tron da Audi e o EQC da Mercedes. Além de ser potente e rápido, possui uma bateria com grande capacidade e o luxo não o impede de oferecer ao condutor um excelente comportamento em estrada, o que seria de esperar, mas igualmente fora de estrada, onde o i-Pace é surpreendente.

O eléctrico inglês que põe os alemães em sentido. E a Tesla

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Porém, se a Jaguar efectivamente concebeu este modelo eléctrico, a realidade é que não o produz. Nem o carro, nem os motores e muito menos as baterias. Ou seja, o investimento no aparelho produtivo foi aproximadamente zero, uma vez que os ingleses optaram por delegar a fabricação na Magna, empresa localizada em Graz, na Áustria, especialista em produzir veículos em pequenas quantidades. E o objectivo da marca inglesa era de apenas 15.000 unidades.

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Talvez animada pelas (excelentes) reacções do mercado ao i-Pace, aliadas a vendas menos “animadas” das versões a gasolina e diesel, a Jaguar está seriamente a pensar virar-se exclusivamente para veículos eléctricos dentro de cinco anos. E, para testar as águas, fez questão de partilhar esse seu objectivo, para ver as reacções dos potenciais clientes. A decisão é obviamente arriscada por vários motivos e, como se isso não bastasse, pelos enormes investimentos que implica, pois desta vez vai mesmo de ter de investir no aparelho produtivo, pois só assim pode ambicionar preços unitários mais baixos e margens de lucro mais elevadas.