Por vezes, o cérebro engana e dá-nos perspetivas diferentes do que observamos: aquilo a que chamamos ilusões ópticas. Foi precisamente isso que Alice Proverbio, neurocientista e psicóloga na Universidade Milano-Bicocca, em Itália, se propôs a testar. A cientista, que se dedica ao estudo do cérebro, testou os cibernautas através da partilha de uma imagem no Twitter.

A imagem foi desenhada por Beau Deeby e pretende testar o colapso do nosso sistema de perceção. O desenho, apesar de estático, transmite a ideia de movimento. Este colapso deve-se ao córtex visual do cérebro, zona responsável pelo processamento de como vemos. É aqui que se encontra o setor que processa o movimento (conhecido como V5 ou MS) e o setor responsável pelo processamento da cor e da forma (o V5). Como explica Alice Proverbio, os neurónios V4 estão tão saturados que a velocidade a que viajam os neurónios MT são interpretados como um sinal sensorial.

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O mesmo sucede quando o córtex visual recebe um sinal alterado. Nesse caso, ativam-se outros processos e elementos que mudam a forma como o cérebro processa a informação. Qualquer variação, inclusivamente no modo ou distância em que se observa esta ilusão, poderá alterar a forma como uma pessoa vê as imagens, refere o jornal ABC.

“Basicamente representa um exemplo da competição no córtex visual. Sempre que um sinal é atenuado ou suprimido outros inputs têm a oportunidade de serem representados a níveis cognitivos mais elevados”, acrescenta a psicóloga.