Os Estados Unidos vão exigir respostas à Arábia Saudita após as declarações do chefe de Estado turco sobre o caráter premeditado do “assassínio selvagem” do jornalista saudita Jamal Khashoggi, garantiu esta terça-feira o vice-presidente norte-americano, Mike Pence.

“Todo o mundo está a observar-nos. Os americanos querem respostas e vamos exigir que essas respostas cheguem rapidamente”, afirmou Pence, num encontro realizado pelo jornal norte-americano The Washington Post, título que contava com Jamal Khashoggi como colaborador regular.

“Este assassínio brutal de um jornalista, de um homem inocente, de um dissidente, não ficará sem uma resposta americana e, espero, sem uma resposta internacional”, prosseguiu o vice-presidente dos Estados Unidos.

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse esta terça-feira, numa intervenção no parlamento turco, que a morte de Jamal Khashoggi foi cuidadosamente premeditada e que o jornalista saudita foi vítima de um “assassínio selvagem”.

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Na mesma intervenção, Erdogan afirmou que as autoridades turcas dispõem de provas, pedindo igualmente a punição de todos os implicados no caso, “do mais alto ao mais baixo nível”, e que essas pessoas sejam julgadas e punidas na Turquia.

Erdogan prometeu aos familiares do jornalista que “fará de tudo” para “esclarecer” esta morte, que classificou como um “assassínio político”.

Segundo a Turquia, o assassínio foi cometido por um comando de 15 agentes sauditas enviados por Riade.

Mike Pence, cuja administração critica de forma regular a atuação da comunicação social, descreveu a morte de Jamal Khashoggi como “um ataque a uma imprensa livre e independente”.

Na segunda-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, já tinha manifestado o seu descontentamento em relação às explicações apresentadas por Riade sobre este caso.

Jamal Khashoggi, um reconhecido crítico do poder em Riade e do homem forte do regime saudita, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, foi assassinado a 02 de outubro dentro do consulado saudita em Istambul, onde se dirigiu para obter documentação para casar com a noiva, uma cidadã turca.

A monarquia saudita, que reconheceu o homicídio depois de ter inicialmente afirmado que o jornalista tinha saído vivo do consulado, sustenta que foi cometido durante “uma operação não-autorizada”, uma versão recebida com ceticismo no estrangeiro.