A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, considerou esta sexta-feira, a propósito da greve nacional da função pública, que existe “desespero e saturação” transversal a vários setores, uma vez que o Governo gera expectativas que depois não cumpre.

“Eu penso que nós hoje temos uma frequência de greves, e de anúncios de greves, e tivemos ontem uma manifestação à porta do parlamento com imagens que certamente nenhum de nós gosta de ver, mas que mostram algum desespero e saturação por parte de vários setores da função pública”, disse Assunção Cristas.

A líder dos centristas foi questionada sobre o assunto à margem do balanço de um ano de mandato na Câmara de Lisboa, onde também é vereadora.

Falando na sede do partido, em Lisboa, a presidente considerou que situações como esta, que envolveu as forças de segurança, “sublinha e prova aquilo que o CDS tem vindo a dizer há muito tempo, e que vale a nível nacional, mas também vale ao nível da Câmara Municipal”.

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“Há muitos anúncios, há muitas proclamações, mas depois há muito pouca concretização condizente com esses anúncios”, salientou, acrescentando: “geram-se expectativas, que depois são defraudadas”.

Na opinião de Cristas, atualmente “este Governo já não tem mais espaço para continuar a proclamar sem concretizar”.

Inicialmente, a greve desta sexta-feira foi convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (ligada à CGTP) para pressionar o Governo a incluir no Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) a verba necessária para aumentar os trabalhadores da função pública, cujos salários estão congelados desde 2009.

Contudo, após a última ronda negocial no Ministério das Finanças, em meados de outubro, a Federação de Sindicatos da Administração Pública e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, ambos filiados na UGT, anunciaram que também iriam emitir pré-avisos de greve para o mesmo dia, tendo em conta a falta de propostas do Governo, liderado pelo socialista António Costa.