O magnata inglês Philip Green, detentor de uma das maiores cadeias de lojas de venda de retalho a nível mundial, foi acusado de ter assediado vários dos seus trabalhadores e de lhes ter pago valores na ordem dos sete dígitos (1 milhão de libras, ou 1,1 milhões de euros), em troca do seu silêncio, tornando-o a cara do escândalo #MeToo, em Inglaterra. A maioria destes casos é de mulheres que dizem ter sido alvo de assédio sexual, mas também há trabalhadores de outras etnias que alegam ter sofrido descriminação racial, por parte de Green.

Em janeiro deste ano, o empresário inglês esteve envolvido no polémico jantar que teve lugar no Hotel Dorchester, onde estiveram alguns dos empresários mais proeminentes do mundo, e no qual várias mulheres foram vítimas de assédio sexual.

As 130 mulheres desfilaram em palco ao início da noite e num caso particular uma (das mulheres) foi convidada por um dos membros do jantar a subir ao seu quarto de hotel”, confirmou o The Telegraph, no início deste ano.

Segundo o The Guardian, foram identificados pelo menos sete novos casos que envolvem Philip Green, que afirmam ter alegadamente recebido pagamentos em troca do seu silêncio, de forma a evitar que queixas de assédio sexual, bullying ou violência racial, fossem feitas contra o empresário inglês.

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Uma vez que aceitavam os acordos com o empresário, com grandes recompensas monetárias, os trabalhadores das empresas de Green estavam impedidos contratualmente de falar em público sobre os crimes de que tinham sido vítimas.

Na lista de delitos cometidos pelo empresário inglês constam: entrar em reuniões e cumprimentar todas as mulheres presentes com abraços longos; perguntar às suas funcionárias se eram “marotas” e se precisavam de “ser esbofeteadas”; surpreendê-las por trás, para as assustar, e de seguida acariciá-las nos ombros para as “reassegurar” e tratá-las por “querida” ou “amor”; dizer a algumas das suas funcionárias que tinham excesso de peso; ter acessos de raiva e abusar verbalmente de membros das suas empresas, em frente a colegas.

A fonte do The Guardian afirmou ainda que as mulheres (vitimas) tinham receio de o denunciar e que as pessoas em posição de chefia também não se opunham aos atos de Green, líder do grupo Arcadia.