O presidente do PSD, Rui Rio, insistiu, esta sexta-feira, no apelo para que a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Judiciária concluam rapidamente a investigação sobre o caso de Tancos, para evitar maior desgaste ao país e às Forças Armadas.

Questionado se está satisfeito com as explicações do primeiro-ministro, que disse sexta-feira não ter tido conhecimento do memorando sobre a recuperação do material furtado em Tancos, Rui Rio preferiu reiterar um pedido que já tinha feito no início de setembro de celeridade na investigação.

“O que precisávamos era que a investigação fosse célere e concluída rapidamente para que todos pudéssemos concluir se realmente o ex-ministro Azeredo Lopes sabia ou não sabia, se o primeiro-ministro sabia ou não sabia”, afirmou Rui Rio, em declarações aos jornalistas, à margem do jantar de abertura de uma iniciativa de formação política das Mulheres Social-Democratas, em Lisboa.

Para o presidente do PSD, “todos os dias estar a avaliar o caso com base em mais uma notícia aqui e uma notícia ali, é um desgaste enorme para o país e para as Forças Armadas”.

“Peço um esforço para que, no quadro daquilo que é possível, a PGR e a PJ acelerem ao máximo a investigação. Quando houver uma acusação tudo ficará mais clarificado”, considerou.

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Admitindo que toda este caso “é um enorme desgaste para o Governo”, Rui Rio contrapôs que, como líder da oposição, até poderia “esfregar as mãos”.

“Talvez, se não fosse um desgaste para o país e para as Forças Armadas. Sendo assim o que quero é que a investigação se possa concluir rapidamente”, apelou.

António Costa assegurou esta sexta-feira que não conheceu o memorando sobre o reaparecimento do material militar furtado dos paióis de Tancos, “nem através de Azeredo Lopes, nem através de ninguém”.

“Nem através de Azeredo Lopes, nem através de ninguém. Não conhecia”, afirmou António Costa, em Sintra, questionado pelos jornalistas.

O furto do armamento dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017, e, quatro meses depois, foi recuperada parte das armas.

Em setembro, a investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada Operação Húbris, levou à detenção para interrogatório de militares da PJM e da GNR.

Na mesma altura, foi noticiada uma operação de encenação e encobrimento na operação, alegadamente organizada por elementos da PJM, que dela terão dado conhecimento ao chefe de gabinete do ministro da Defesa.

Em 12 de outubro, Azeredo Lopes demitiu-se e foi substituído por João Gomes Cravinho.

Na semana passada, o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, também se demitiu e o seu lugar foi ocupado pelo general José Nunes da Fonseca.