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Cumprir a Constituição e "pacificar" o Brasil: as primeiras palavras de Bolsonaro como Presidente

Este artigo tem mais de 5 anos

Primeiro, surgiu no Facebook para agradecer ao "exército" de apoiantes. Depois, entrou em direto nas televisões para prometer um país "livre" e respeitador das "leis". Diz querer "pacificar" o Brasil.

Na primeira intervenção oficial que fez depois de serem conhecidos os resultados oficiais que lhe garantiram a vitória nas presidenciais brasileiras, Jair Bolsonaro apresentou-se como um “defensor da Constituição, da democracia e da liberdade” — depois de, na campanha eleitoral, ter repreendido o seu candidato a vice-presidente, que propôs uma revisão constitucional feita por “notáveis”. Mais: segundo Bolsonaro, a sua eleição é a “celebração de um país pela liberdade”. Agora, diz, tem a missão de “pacificar”.

O Presidente eleito prometeu colocar o “Brasil acima de tudo” no seu mandato e garantiu que as palavras de respeito pela Constituição, com que pontuaria o discurso, são uma “promessa” — não são a “palavra vã” de um homem, mas antes um “juramento” perante Deus.

Faço de vocês minhas testemunhas de que esse Governo será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade. Isso é uma promessa — não de um partido, não é a palavra vã de um homem. É um juramento a Deus”, disse Bolsonaro.

Foi como que uma inflexão retórica face ao percurso que trilhou nos últimos meses, na campanha que o colocou no Palácio do Planalto. Marcado por um discurso que, em vários momentos, deu sinais de colocar em causa direitos políticos e sociais, Bolsonaro garantiu agora que “a liberdade” será “um princípio fundamental” de um Governo “constitucional e democrático”.

A liberdade de “andar nas ruas”, de “empreender”, a liberdade “política e religiosa” — ele que, há dias, ameaçou os “marginais vermelhos” com o exílio ou com a prisão —, a liberdade de “informar e ter opinião” — depois de lançar sucessivos ataques a uma “certa media” brasileira — e a liberdade de “fazer escolhas e ser respeitado por elas”. O Brasil será, promete, um país de “diversas opiniões, cores e orientações”.

A primeira imagem de Bolsonaro como Presidente eleito ficará colada à figura de Magno Malta. De olhos cerrados, o senador e pastor evangélico liderou uma oração com agradecimentos a Deus pelo resultado obtido este domingo nas eleições presidenciais. O ex-capitão do Exército falou logo depois, sem que os olhos se desviassem do discurso que escreveu para o momento em que as televisões entrassem em direto — e já depois da intervenção mais amadora, feita através da sua conta no Facebook.

UM NOVO FUTURO NOS ESPERA: Jair Bolsonaro é eleito o 38° Presidente da República Federativa do Brasil!. Youtube: https://youtu.be/3gZ3WfVagoo

Posted by Jair Messias Bolsonaro on Sunday, October 28, 2018

Nas redes sociais, no discurso que fez antes da sua intervenção oficial, Bolsonaro apresentou-se como o candidato “sem um grande partido, sem fundo partidário, com a grande media criticando o tempo todo”, uma comunicação social que o colocou “numa situação vexatória”. Mesmo assim, disse, conseguiu liderar “um grande exército, que sabia para onde o Brasil estava marchando e clamava por mudanças”.

Não podíamos mais continuar flirtando com o socialismo, o comunismo, o populismo e o extremismo da esquerda”, disse Jair Bolsonaro.

Logo a seguir, Bolsonaro voltaria a garantir que será o líder de um Governo que “defenda as liberdades dos cidadãos”, um Governo “constitucional e democrático”.

“Pacificar” uma “nação livre e próspera”

Bolsonaro também não adiantou muito sobre a equipa que vai juntar para conduzir os destinos de um dos maiores países do mundo nos próximos quatro anos. Disse que será um Governo formado por “pessoas com o mesmo propósito”, o de “transformar o Brasil numa grande, livre e próspera nação”.

Para isso, o novo executivo vai dar “um passo atrás, reduzindo a estrutura e as burocracias” para “desamarrar o Brasil”. Para trabalhar por um país com “mais Brasil e menos Brasília”, em que as contas públicas apresentem défices mais baixos, dívidas em queda e crescimento a subir. As “reformas” que pretende introduzir vão servir “para criar um novo futuro para os brasileiros”. Para todos eles, insistiu, num discurso apostado na mensagem de união:

“Não existem brasileiros do sul e do norte, somos todos um só país, uma só nação, uma nação democrática.”

No início da campanha oficial, Jair Bolsonaro foi alvo de um ataque com uma faca que o deixou debilitado durante várias semanas. Agora, lembrou esse acontecimento, dizendo que, no dia em que saiu do hospital, “no momento mais difícil desta caminhada”, o agora presidente eleito ganhou, “por obra de Deus”, uma “nova certidão de nascimento”.

Um agradecimento a todos pela confiança e apoio!

Posted by Jair Messias Bolsonaro on Sunday, October 28, 2018

Esse pendor vincadamente religioso já tinha estado presente na intervenção que, minutos antes de entrar em direto nas televisões, Bolsonaro fez no Facebook (e a que juntaria uma terceira mensagem, de novo nas redes sociais). “A nossa campanha, o nosso slogan, fui buscar ao que muitos chamam a caixa de ferramenta para consertar o homem e mulher, a Bíblia sagrada. Fomos em João 8:32: ‘E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’”, disse. “Seguindo os ensinamentos de Deus, ao lado da Constituição, inspirado em grande líderes mundiais e com a boa assessoria, isenta de indicações políticas de praxe”, Bolsonaro diz querer trabalhar para colocar o “Brasil no lugar de destaque”.

É com essa mesma convicção que afirmo: ofereceremos a vocês um governo decente, que trabalhará verdadeiramente para todos os brasileiros. Somos um grande país e agora vamos juntos transformar esse país numa grande nação. Uma nação livre, democrática e próspera. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, disse o presidente eleito.

Eleito com 55% dos votos, a missão imediata de Jair Bolsonaro, segundo ele próprio, será a de “pacificar o Brasil e, sob a Constituição e as leis, construir grande nação”.

[Veja o vídeo: #EleConseguiu. A noite em que o Brasil virou]

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