O primeiro-ministro de Cabo Verde vai procurar junto dos parceiros o financiamento do Programa Nacional Integrado de Luta Contra Drogas e Crimes Conexos, orçado em sete milhões de dólares, mas prometeu que esse projeto “não deixará de ser feito”.

Ulisses Correia e Silva, que esta quarta-feira presidiu à sessão de abertura do Encontro de Validação do Programa Nacional Integrado de Luta Contra Drogas e Crimes Conexos (PNLCDCC) — 2018/2023, na cidade da Praia, revelou que no próximo dia 11 de dezembro vai participar numa reunião com parceiros, em Paris, com vista à angariação de financiamentos. “Vamos mobilizar. Evidentemente que o governo fará a sua parte e que o programa não deixará de ser feito por falta de recursos”, assegurou.

O chefe do Governo sublinhou a importância deste Programa que abrange “dois domínios muito importantes e que tocam com a vida social, económica, de segurança e particularmente as famílias: a droga e o álcool”. “Este programa é para darmos um bom combate para a redução do nível de prevalência de situações de consumo e tráfico de droga e álcool”, disse.

Com várias componentes e um orçamento de sete milhões de dólares (cerca de 6,1 milhões de euros), o programa permitirá “um bom combate hoje para preservar o amanhã, particularmente em relação aos jovens e à proteção das famílias”, disse o primeiro-ministro, acrescentando: “Podemos reforçar e melhorar ainda mais a situação em Cabo Verde, tendo em conta as diversas conexões que esta problemática tem, particularmente em relação à segurança”.

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Ulisses Correia e Silva recordou que “Cabo Verde, pela sua localização geográfica, está em zonas de muito tráfico na África Ocidental, até chegar ao golfo da Guiné”. “Cabo Verde tem todo o interesse em desenvolver boas alianças e boas parcerias para uma segurança corporativa, com a Europa, EUA, não só para tornar o nosso país mais seguro, como contribuir para a segurança cooperativa da região onde estamos inseridos”, adiantou.

Na cerimónia de abertura participou igualmente o ministro da Saúde e da Segurança Social, Arlindo do Rosário, que sublinhou a complexidade do tema. “O principal objetivo das políticas de drogas deve ser a proteção à saúde, coesão social e segurança pública, através de abordagens equilibradas, integradas, multissetoriais e multidisciplinares, baseadas em dados científicos e evidências”, disse.

Nestas políticas, as “ações para reduzir a oferta e a demanda de drogas devem ser igualmente importantes e apoiarem-se mutuamente, sempre dentro de uma perspetiva de respeito aos direitos e à dignidade da pessoa humana”, disse.

A representante adjunta do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDC), Chantal Lacroix, alertou para “uma maior necessidade de estratégias de prevenção e de tratamento de toxicodependentes, principalmente de drogas injetáveis”. Em Cabo Verde, assinalou, registaram-se “progressos importantes na luta contra a criminalidade organizacional”, mas “ainda há um caminho a percorrer”.