O Governo venezuelano nomeou o general Manuel Ricardo Cristopher Figuera diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN, serviços secretos), segundo um decreto publicado na Gazeta Oficial 2.524, equivalente ao Diário da República.

Manuel Ricardo Cristopher Figuera, que até agora desempenhava as funções de sub-diretor da Direção-Geral de Inteligência Militar (DGCIM, serviços secretos militares), substitui o general-chefe do Exército e ex-ministro do Interior, Justiça e Paz, Gustavo González López.

A designação do novo titular do SEBIN está a ser questionada pela oposição, como o partido Primeiro Justiça (PJ) que acusa do general Cristopher Figuera de “como número dos da DGCIM ser responsável por abusos e torturas” a opositores.

“Manuel Ricardo Cristpoher Figuera representa mais tortura, mais violações dos direitos humanos e mais perseguição contra os que queremos uma mudança na Venezuela” escreveu o PJ na sua conta da rede social Twitter.

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Manuel Ricardo Cristopher Figuera é licenciado em Ciências e Artes Militares pela Academia Militar de Venezuela. Desde Julho de 2017 dirigia o Centro Estratégico de Segurança e Proteção da Pátria, organismo encarregado de “unificar a informação sobre segurança, defesa, inteligência, ordem interna e relações exteriores e a possibilidade de classificar como reservada qualquer informação”.

Também era, desde 2017, sub-diretor da DGCIM e durante 12 anos foi ‘edecán’ (assistente) do falecido líder socialista Hugo Chávez, Presidente venezuelano entre 1999 e 2013.

A designação de Manuel Ricardo Cristopher Figuera teve lugar depois de várias organizações de defesa dos direitos humanos exigirem a demissão de Gustavo González López e da morte do autarca da oposição Fernando Albán, a 08 de outubro, que as autoridades dizem ter-se suicidado ao atirar-se do 10º andar da sede principal do SEBIN (em Plaza Venezuela, Caracas), mas que a oposição insiste que terá sido torturado e assassinado.

Gustavo González López é acusado ainda, pela oposição venezuelana, de deter o deputado opositor Juan Requesens (do partido Primeiro Justiça) e de não acatar ordens de libertação de vários detidos, emitidas por tribunais venezuelanos.

A ONG Programa Venezuelano de Educação – Ação em Direitos Humanos (PROVEA) acusou Gustavo González López de ter proibido os representantes da “Defensoria do Povo” (provedoria de justiça) de entrarem na sede do SEBIN.

Gustavo González López é um dos funcionários de Caracas sancionados pelos EUA e a Suíça.