O secretário-geral da ONU, António Guterres, informou o Conselho de Segurança da sua intenção de nomear o diplomata norueguês Geir Pedersen como o próximo emissário das Nações Unidas para a Síria, indicaram esta quarta-feira à agência France Presse fontes diplomáticas.

Atualmente embaixador da Noruega na China, Pedersen representou o seu país junto da ONU de 2012 a 2017 e integrou a equipa norueguesa que participou nas negociações secretas que levaram ao acordo israelo-palestiniano de Oslo, em 1993.

Geir Pedersen substituirá o italo-sueco Staffan de Mistura, que anunciou que abandonará as funções no final de novembro, e que já tinha substituído em 2005 no Líbano como representante pessoal do secretário-geral da ONU no sul do Líbano, antes de se tornar coordenador especial da ONU para o Líbano até 2008.

“Tenho o prazer de vos informar da minha intenção de anunciar a nomeação de Geir O. Pedersen como meu enviado especial para a Síria. Ao tomar esta decisão, pedi muitas opiniões, incluindo do governo da República Árabe da Síria”, escreveu Guterres numa carta consultada pela AFP.

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“Pedersen vai apoiar as partes sírias, facilitando uma solução política abrangente e credível, capaz de satisfazer as aspirações do povo sírio”, adiantou.

O secretário-geral da ONU agradece igualmente a Staffan de Mistura pelos seus esforços no sentido de trazer a paz à Síria.

A oposição síria, através do porta-voz do Comité das Negociações Sírias (CNS, que representa os principais grupos da oposição), Yahya al-Aridi, elogiou a experiência de Pedersen, mas considerou que a mudança de emissário terá pouco impacto sobre o futuro do seu país se não houver vontade internacional e consenso sobre um roteiro político.

A guerra na Síria causou mais de 360.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados desde 2011.