“Moro na Justiça: Homem sério. Preferia vê-lo STF [Supremo Tribunal Federal], talvez uma etapa (…) Torço pelo melhor, temo que não, sem negativismos nem adesismos. A corrupção arruína a política e o país. Se Moro a combater, ajudará o país”, escreveu Fernando Henrique Cardoso na sua página oficial da rede social Twitter.

Foi desta forma que o ex-Presidente do Brasil admitiu que a escolha do juiz Sérgio Moro para ministro da Justiça do Governo de Jair Bolsonaro pode ser relevante para reforçar o combate à corrupção.

Sergio Moro ficou amplamente conhecido no Brasil por julgar os casos da operação Lava Jato, uma investigação policial que desvendou dezenas de esquemas de corrupção na petrolífera estatal Petrobras e em outros órgãos públicos do país.

O próximo ministro da Justiça do país é responsável por sentenças de condenação de grandes empresários, políticos e ex-funcionários da Petrobras e também do ex-Presidente Lula da Silva.

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Luiz Inácio Lula da Silva acusou sempre Moro de praticar ‘lawfer’ (termo que significa abuso e mau uso das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política) alegando também que foi condenado sem provas num processo sobre um apartamento de luxo na cidade do Guarujá, no litoral do estado de São Paulo.

Após o juiz ter aceitado o convite de Bolsonaro para o Ministério da Justiça, o antigo chefe de Estado brasileiro usou a rede social Twitter para ironizar, publicando a foto de uma manchete com uma entrevista a Moro em 2016: “Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política”.

Na última quarta-feira, os advogados de defesa de Lula da Silva apresentaram alegações finais de num processo que também estava para ser julgado por Sérgio Moro.

O ex-Presidente brasileiro seria interrogado no dia 14 de novembro pelo juiz numa ação que investiga a compra, alegadamente com dinheiro de suborno, de uma propriedade na cidade brasileira de Atibaia.

Ao aceitar o cargo de ministro da Justiça, que ocupará a partir de janeiro de 2019, Sérgio Moro anunciou que não participará mais em audiências de casos relacionados com a Operação Lava Jato para evitar “controvérsias desnecessárias”, indicando que não irá julgar este processo de Lula da Silva.