Cinco portugueses foram detidos por suspeita de tráfico de seres humanos pela Guarda Civil espanhola, que, em colaboração com a Polícia Judiciária portuguesa e com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, desmantelou uma rede criminosa.

Em comunicado divulgado esta quarta-feira, a Guarda Civil espanhola indica que foram identificadas cerca de 30 vítimas de origem portuguesa, entre elas uma menor de 16 anos. Eram sobretudo pessoas que se encontravam a fazer trabalhos agrícolas em Navarra e La Rioja e que estavam em condições precárias.

Os quatro portugueses foram detidos por suspeitas de vários crimes de tráfico de seres humanos, para exploração de mão de obra. Foi ainda investigado um cidadão espanhol.

As vítimas eram captadas em Portugal, em contextos sociais muito vulneráveis, sendo oferecidas condições de trabalho aparentemente atrativas.

PJ detém quinto suspeito

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um quinto suspeito em Portugal a juntar a outros quatro portugueses detidos pela Guarda Civil espanhola por tráfico de seres humanos.

Em comunicado, a PJ refere que, no âmbito da Operação Lusar, cujas diligências decorreram a 16 de outubro, foi desmantelada uma associação criminosa que, nos últimos anos, traficou pessoas para exploração laboral e foram detidas cinco pessoas, uma em Portugal e quatro em Espanha.

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As detenções foram realizadas após a Guarda Civil e a PJ terem realizado buscas nas zonas de Sabugal, Belmonte, Covilhã e Santa Comba Dão, e em Espanha, na zona de Segóvia.

Os quatro detidos em território espanhol, depois de serem presentes em tribunal, aguardam extradição para Portugal, enquanto o detido em Portugal está em prisão domiciliária com pulseira eletrónica.

A nota da PJ adianta que a organização criminosa atuava junto das vítimas em Portugal, “a maior parte na zona centro, aliciando-as para atrativos trabalhos agrícolas em território espanhol”.

A PJ define a maioria das vítimas como “pessoas especialmente vulneráveis” devido à sua condição social e psicológica (pessoas sem referências familiares, sem trabalho e com comportamentos aditivos).

“As vítimas eram transportadas para os locais de trabalho, em Espanha, onde não tinham descanso adequado, não recebiam qualquer remuneração, sendo ainda sujeitas a uma alimentação e condições desumanas, ali permanecendo à mercê daquela organização criminosa, que recebia elevados proventos pelos trabalhos”, acrescenta a PJ.

Durante a operação foram encontrados e apreendidos duas caçadeiras, munições, objetos vários e documentos correlacionados com os crimes praticados.