A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch apelou esta terça-feira às Tailândia para que não extradite para o Paquistão pessoas das minorias cristã e Ahmadi que pedem asilo, evitando que estas sejam torturadas caso regressem ao país.

Numa carta enviada pela Human Rights Watch (HRW) ao primeiro-ministro da Tailândia, Prayut Chan-ocha, a organização advertiu para o facto de os cristãos paquistaneses e a minoria muçulmana Ahmadi estarem a ser ameaçados por leis discriminatórias e ataques de extremistas religiosos no seu país.

“É muito importante que as autoridades tailandesas reconheçam os paquistaneses como refugiados e não os façam regressar [ao seu país] em violação da lei internacional”, disse o diretor da HRW para a Ásia, Brad Adams.

Dezenas de paquistaneses foram detidos pelas autoridades tailandesas por não terem vistos válidos em operações policiais contra mais de mil imigrantes, maioritariamente vindos daquele país do sul da Ásia, de acordo com a organização.

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A HRW sublinhou que a Tailândia deve respeitar a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura, da qual é signatária, e permitir o acesso do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) aos detidos.

A Tailândia trata os requerentes de asilo e refugiados como imigrantes e não assinou a Convenção dos Refugiados de 1951, ou o Protocolo Relativo ao Estatuto dos Refugiados de 1967.

Cerca de três milhões de ahmadis paquistaneses, uma seita muçulmana fundada por Mirza Ghulam Ahmad na Índia no século XIX, sofrem discriminação no Paquistão.

Os cristãos, que representam menos de quatro milhões de pessoas, também são vítimas de discriminação e ataques violentos.