O partido de Aung San Suu Kyi, líder de facto de Myanmar (antiga Birmânia), confirmou esta terça-feira que perdeu quatro assentos nas eleições intercalares de sábado, tendo obtido sete dos 13 lugares em disputa.

O porta-voz da governante da Liga Nacional para a Democracia (LND), Myo Nyunt, anunciou que o partido perdeu quatro lugares relativamente a 2015, quando venceu em 11 das 13 circunscrições.

O LND foi eleito em zonas povoadas pela etnia maioritária ‘bamar’ e derrotado em cinco distritos de minorias étnicas.

A votação, cujos resultados oficiais não foram publicados, serviu para substituir quatro lugares na Câmara Baixa, um lugar na Câmara Alta e oito lugares nos parlamentos estatais ou regionais que ficaram desocupados devido a renúncias ou à morte dos seus titulares, segundo a agência espanhola EFE.

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No entanto, o resultado não vai afetar a maioria do Governo composta pelo LND, que em 2015 alcançou a maioria absoluta na Câmara Alta com 135 dos 224 lugares, na Câmara Baixa com 255 dos 440 lugares e no conjunto das legislativas regionais com 476 dos 850 lugares.

O LND foi o primeiro partido eleito democraticamente depois de meio século de regimes militares, e vai governar até às próximas eleições gerais em 2020.

A legislatura ficou até agora marcada pela ofensiva militar na zona oeste do país contra a minoria muçulmana Rohingya, que levou cerca de 723.000 membros da comunidade a fugirem para o Bangladesh, e pela estagnação das negociações de paz com as cerca de 20 guerrilhas formadas por minorias.

Aung San Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz em 1991, é a chefe de facto do Governo, mas são as forças armadas do país que controlam os ministérios da Defesa, Interior e Fronteiras, mantendo ainda uma minoria de bloqueio de 25% dos assentos nos parlamentos nacional e regionais desde que dissolveram a última junta militar em 2011.