Os ataques armados no norte de Moçambique, a atuação da polícia nas eleições e a construção de infraestruturas são algumas das questões com que o Governo vai ser confrontado, numa audição parlamentar entre esta quarta-feira e quinta-feira.

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, vai solicitar informações sobre “as ações em curso visando a construção e reabilitação de estradas e pontes”, refere comunicado da AR.

Em particular, a bancada maioritária pretende detalhes sobre o que está a ser feito para melhorar a circulação na EN1, principal via do país, bem com sobre a reabilitação de vias de acesso que “asseguram o escoamento e comercialização da produção agrícola do país”.

Já a bancada da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, pretende obter esclarecimentos sobre a atuação da polícia “em épocas eleitorais”, acusando-a de “molestar de forma reiterada os membros e simpatizantes dos partidos políticos da oposição”. As queixas surgem na sequência de incidentes registados durante as eleições autárquicas de outubro.

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Por sua vez, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido, vai pedir ao Governo “informações precisas sobre a origem e objetivos das ações armadas na província de Cabo Delgado, concretamente no distrito de Mocímboa de Praia e nas zonas circunvizinhas”.

Ataques a aldeias remotas têm acontecido desde há um ano, dois mil quilómetros a norte de Maputo e junto à Tanzânia, e segundo as estimativas do Governo moçambicano já terão provocado cerca de cem mortos, entre civis, militares e agressores.

A violência cresceu após um ataque à vila de Mocímboa da Praia, em outubro de 2017, por um grupo baseado numa mesquita local que pregava a insurgência contra o Estado e cujos hábitos motivavam atritos com os residentes, pelo menos, desde há dois anos. O mesmo tipo de conflito e recrutamento, promovido com o apoio de muçulmanos estrangeiros, foi relatado noutras mesquitas da região no mesmo período.