Robyn Denholm é, desde esta quarta-feira, a nova presidente do Conselho de Administração da Tesla depois de Elon Musk ter de renunciar ao cargo que ocupava desde 2004, noticiou a Bloomberg. Musk poderá continuar como membro do conselho e como diretor executivo.
A atual diretora de operações da Telstra, uma empresa de telecomunicações australiana, deverá assumir o cargo de presidente do Conselho de Administração da Tesla a tempo inteiro dentro de seis meses, depois de expirado o prazo de notificação à empresa australiana. Robyn Denholm ocupa o cargo na Telstra desde janeiro de 2017 e é membro do Conselho de Administração da Tesla desde 2014.
“Acredito nesta empresa, acredito na missão e estou ansiosa por ajudar Elon e a equipa da Tesla a atingir uma rentabilidade sustentável e impulsionar o valor do acionista de longo prazo”, disse Robyn Denholm, citada pela Bloomberg.
Elon Musk defende a escolha afirmando que Robyn Denholm tem uma vasta experiência em empresas automóveis e de tecnologia. “Ela fez contribuições importantes enquanto membro do Conselho de Administração da Tesla nos últimos quatro anos ao ajudar-nos a tornar a empresa rentável”, disse Elon Musk, citado pela Bloomberg. Denholm desempenhou cargos financeiros na Toyota Motor Corporation durante sete anos (entre 1989 e 1996), teve vários cargos na Sun Microsystems, um fabricante de computadores, durante onze anos (até 2007) e, até 2016, foi diretora financeira da Juniper Networks, uma empresa de tecnologia.
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Robyn Denholm vai ocupar o cargo depois de Elon Musk ter sido obrigado a deixar o lugar. A renúncia ao cargo acontece depois de a comissão de valores mobiliários e ações norte-americana (SEC) ter acusado Elon Musk de ter mentido ao afirmar no Twitter, a 7 de agosto, que tinha comprador para a Tesla — fazendo subir as ações da empresa. Na altura, a SEC acusou Musk de fraude e pediu que fosse “proibido de exercer o cargo” de administrador na Tesla.
A SEC impôs também outras condições à Tesla, incluindo dois novos diretores independentes no Conselho de Administração até dezembro, um controlo das comunicações feitas por Elon Musk — incluindo no Twitter — e um advogado que reveja as mensagens divulgadas nas redes sociais por aqueles que ocupam os cargos mais altos na empresa.
O Conselho de Administração, composto por nove membros, tem sido alvo de críticas por falta de independência, por os seus membros terem ligações próximas a Elon Musk. Um dos membros é irmão do milionário, outros são investidores ou diretores da SpaceX, a empresa dedicada a sistemas aeroespaciais criada por Elon Musk.