O ministro da Administração Interna garantiu esta quinta-feira que a rede de comunicações SIRESP “funcionou sempre” este ano e que a redução do número de incêndios “não se deveu apenas ao São Pedro”, mas às mudanças feitas no combate e prevenção.

“Nos momentos mais complexos que tivemos este ano, por vezes as redes de comunicações móveis falharam, o SIRESP [Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal] funcionou sempre”, disse aos deputados Eduardo Cabrita, durante a discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2019.

O ministro adiantou que os reforços de meios feitos este ano no SIRESP, nomeadamente os mecanismos de redundância elétrica e de comunicações por satélite, “permitiram responder às ocorrências de incêndio, como também durante a passagem do furacão Leslie, dando energia elétrica a zonas urbanas até que a EDP conseguisse reabastecer”.

O ministro foi questionado pelos deputados Telmo Correia (CDS-PP), Duarte Marques (PSD) e Ernesto Ferraz (BE) sobre os motivos do Governo não ter conseguido a maioria do capital da empresa que gere a rede de emergência nacional.

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“O Estado tinha há um ano atrás zero por cento de capital social no SIRESP, não tinha nenhuma presença nos órgãos sociais da SIRESP SA, neste momento tem 33%, sucedendo numa posição que permite indicar o presidente do conselho de administração e o administrador executivo”, disse o governante.

O ministro da Administração Interna afirmou também no parlamento que a redução dos incêndios este ano se deveu ao maior profissionalismo dos bombeiros e outras intervenções feitas para melhorar a prevenção e combate aos fogos e não “se deveu apenas ao São Pedro”, tendo em conta que os meses de agosto e setembro foram os piores de sempre e a primeira quinzena de outubro foi “muito difícil”.

Segundo o ministro, este ano registou-se uma redução de 42% no número de ocorrências de incêndio face à média da última década, tendo 97% dos fogos sido resolvidos no ataque inicial, enquanto a área ardida decresceu 69%.

O deputado Duarte Marques criticou o ministro por ter aprovado vários diplomas em Conselho de Ministros na área da proteção civil, nomeadamente a nova lei orgânica da proteção civil, e de não ter promovido o seu debate nem ter dado a conhecer ao parlamento o seu conteúdo.