Bas Dost foi figura ausente de grande parte deste arranque de temporada do Sporting. O avançado holandês saiu ao intervalo da receção ao Qarabag, na estreia dos leões na fase de grupos da Liga Europa, e soube-se depois que estava lesionado. Falhou muitos jogos, não foi um trunfo para José Peseiro e a ausência prolongada já provocava dúvidas sobre o real motivo que estava a afastar Dost dos relvados. No final de outubro, na receção ao Boavista e naquela que foi a melhor exibição do Sporting esta temporada, o holandês entrou aos 78 minutos para render Acuña e recebeu a ovação da noite. Era o regresso do bom gigante. 

Voltou aos golos frente ao Santa Clara e ficou em branco com o Arsenal, na ida a Londres, num jogo onde até começou no banco. Este domingo, com o Desp. Chaves, os leões podiam ficar a dois pontos do líder FC Porto e Tiago Fernandes garantiu que iria colocar em campo “o onze mais forte”. E, nesse onze mais forte, estava Bas Dost. Contra o Desp. Chaves, encontrou um alvo habitual e preferencial: em 6 jogos contra os flavienses, Dost marcou 12 golos, incluindo dois hat tricks. O avançado holandês desbloqueou o resultado ao responder da forma que melhor sabe — à ponta de lança — a um cruzamento de Acuña e depois marcou o golo decisivo na conversão de uma grande penalidade que tinha sofrido. Esteve muito mais envolvido na dinâmica do jogo — face às críticas habituais de que era avançado de área e faltava-lhe ir buscar jogo, à semelhança do que faz Montero –, foi, a par de Bruno Fernandes, a ligação entre o meio-campo e o ataque e tem em Acuña e Bruno Gaspar dois humildes assistentes que lhe colocam bolas na área a seu bel prazer.

Bas Dost foi considerado o melhor homem em campo mas na conferência de imprensa não sorriu. “Estou muito cansado. Muito, muito cansado. Estive dois meses sem jogar, foi muito tempo. Agora estou melhor, melhor, melhor. Não fizemos um bom jogo hoje mas agora não interessa. Fizemos uma boa semana, três pontos no Santa Clara, 0-0 com o Arsenal e agora três pontos”, disse o avançado holandês, que depois perguntou ao entrevistador quantos pontos tinha agora o Sporting. Quanto percebeu que são 22 e que os leões estão a dois pontos do FC Porto, só teve um comentário: “Muito bom”. “O que interessa agora é ganhar. É ter mais futebol. Esta época é difícil. 22 pontos é bom. Luta pelo título? Sempre. Mas agora não interessa falar de títulos, agora é só falar de mais futebol. Depois falamos do título”, acrescentou Dost.

A referência ofensiva do Sporting está de regresso aos jogos, aos golos e a ser o homem decisivo. Só falta regressar aos sorrisos: aqueles que mostrava sempre que marcava um golo. Mas para isso, tal como disse, é preciso “mais futebol”.

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