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Tiago manteve o encanto na hora da despedida (a crónica do Sporting-Desp. Chaves)

Este artigo tem mais de 5 anos

Tiago Fernandes despediu-se em lágrimas e conseguiu vencer o Desp. Chaves num jogo que deixa dúvidas quando à arbitragem. Keizer esteve em Alvalade; a Juve Leo não. A crónica do Sporting-Desp. Chaves.

Tiago Fernandes realizou o último jogo enquanto treinador interino do Sporting
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Tiago Fernandes realizou o último jogo enquanto treinador interino do Sporting

Filipe Amorim / Global Imagens

Tiago Fernandes realizou o último jogo enquanto treinador interino do Sporting

Filipe Amorim / Global Imagens

Marcel Keizer já está em Lisboa, esteve em Alvalade a assistir ao Sporting-Desp. Chaves, mas esta noite ainda foi Tiago Fernandes a orientar os leões. E o treinador interino deixou bem clara essa ideia na conferência de imprensa de antevisão da partida, quando falou na primeira pessoa e garantiu que não é técnico “de rodar e experimentar”, escolhe “os melhores” e a equipa que iria defrontar o Desp. Chaves seria “o onze mais forte”. Em caso de vitória, o Sporting somava mais um ponto do que o Sp. Braga e subia ao segundo lugar do campeonato: o que significava que Tiago Fernandes tinha agarrado na equipa pós-Peseiro na quinta posição para a deixar a Keizer a dois pontos do líder FC Porto e com mais um do que o terceiro classificado. E pensando assim, claro que Tiago Fernandes queria jogar com onze mais forte.

Onze esse que esta noite voltou a contar com Miguel Luís: o miúdo de 19 anos que se estreou a titular na quinta-feira, contra o Arsenal, convenceu Tiago Fernandes durante a semana e voltou a agarrar o lugar no meio-campo (estreando-se assim a titular no campeonato). Ao seu lado, Gudelj a render o lesionado Battaglia. Nas alas, Nani e Jovane: o extremo cabo-verdiano assumiu o lugar que em Londres foi de Diaby. Lá na frente, Bas Dost regressou à titularidade depois de ter começado no banco com o Arsenal e Montero era suplente.

E até às cinco e pouco da tarde deste domingo, este era apenas mais um jogo do campeonato. Um jogo importante, é verdade, e que podia garantir aos leões um salto valioso na classificação — mas apenas mais um jogo. Mas ao final da tarde e apenas umas horas antes do apito inicial, este tornou-se um jogo atípico. Bruno de Carvalho, ex-presidente destituído dos leões, e Nuno Mendes, mais conhecido como Mustafá, líder da Juventude Leonina, foram detidos e devem ser presentes a um juiz de Instrução Criminal esta segunda-feira. Além disso, a sede da claque leonina, que fica nas instalações do estádio, foi alvo de buscas. Ora, Tiago Fernandes e os restantes jogadores terão percebido que este não era um jogo normal quando, à entrada para o relvado de Alvalade, repararam que grande parte da curva sul do estádio estava vazia — a Juventude Leonina não estava a assistir ao jogo, o que significava que o Sporting ia jogar em casa sem uma importante e habitual presença nas bancadas.

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Ficha de jogo

Sporting-Desp.Chaves, 2-1

10.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa)

Sporting: Renan, Bruno Gaspar, Coates, Mathieu, Acuña, Bruno Fernandes, Gudelj, Miguel Luís, Jovane (Diaby, 68′), Nani, Bas Dost

Suplentes não utilizados: Salin; Lumor, Petrovic, Misic, Castaignos, Montero

Treinador: Tiago Fernandes

Desp. Chaves: Ricardo; Paulinho, Maras, Marcão, Luís Martins, Bressan (João Teixeira, 80′), Eustáquio, Gallo, Perdigão (Niltinho, 69′), André Luís, Avto (William, 80′)

Suplentes não utilizados: António Filipe, Hugo Basto, Jefferson, Lionn

Treinador: Daniel Ramos

Golos: Bas Dost (23′), Niltinho (81′), Bas Dost (p, 86′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Gudelj (46′), a William (82′), Paulinho (93′) cartão vermelho a Bruno Gallo (70′)

O jogo começou morno, com as duas equipas a tentar entender-se e compreender-se de parte a parte. O Sporting demonstrava sempre um maior ímpeto ofensivo mas faltava assertividade no último passe, que teimava em não chegar a Bas Dost, e a velocidade de Acuña e Jovane — os principais inconformados dos leões — ficava gorada quando a bola chegava ao último terço do relvado. Do outro lado, o Desp. Chaves não conseguia passar para lá da segunda linha defensiva verde e branca, bem assegurada por um Gudelj confiante e alguns pontos acima daquilo que mostrou em Londres. Poucos minutos após uma jogada de algum perigo dos flavienses, que provocou o primeiro calafrio a Renan, Acuña foi lançado na esquerda do ataque, conduziu a bola até à linha final e cruzou atrasado. Bas Dost, imperial como sempre, subiu às alturas, ganhou o duelo com o central do Desp. Chaves e pôs o Sporting em vantagem (23′).

Os elementos da Juventude Leonina não assistiram ao jogo

Nos minutos que se seguiram ao jogo, os leões quiseram chegar rapidamente ao segundo golo — numa tentativa de ir para o balneário mais descansados — e podiam tê-lo feito, por intermédio de Bas Dost, numa jogada em que o holandês acabou por cair antes do remate e ficou a pedir grande penalidade. Sem ser exuberante e sem asfixiar, o Sporting foi controlando um apático Desp. Chaves (que no único lance de perigo que criou até pôs a bola dentro da baliza, mas o lance foi anulado por fora de jogo).  Até ao intervalo, Bruno Fernandes podia ter marcado depois de uma bonita jogada de entendimento entre Miguel Luís e Bas Dost e Jovane Cabral quase fez o segundo ao aproveitar um erro de abordagem de Luís Martins. O Sporting fez 13 remates na primeira parte, apenas três deles enquadrados e marcou um golo: as coisas não estavam ótimas mas estavas boas e era isso que o sorriso tímido de Tiago Fernandes espelhava na ida para o descanso.

O Sporting voltou para a segunda parte com poucas diferenças face à primeira: a controlar o jogo, sem grandes riscos, sem grandes investidas mas com a organização defensiva necessária para anular um Desp. Chaves que foi quase inofensivo em grande parte dos 90 minutos. Ainda assim, a segunda parte desprovida de lances de golo deixou perceber as dinâmicas ofensivas dos leões: Acuña e Bruno Gaspar, os dois laterais, são os grandes motores do ataque leonino. O argentino confirmou o bom momento por que está a passar e que deixou em evidência no jogo com o Santa Clara e, além de não ter dado abertas a Perdigão, foi sempre o principal peão que cruzava bolas à procura de Dost. Do outro lado, o brasileiro, que tem aproveitado a lesão de Ristovski para se impor no onze do Sporting, demonstra cada vez mais confiança e é já um elemento importante na equipa de Alvalade. Dost, por sua vez, está cada vez mais embrenhado na construção dos lances e é, em conjunto com Bruno Fernandes, a grande ligação meio-campo-ataque.

Marcel Keizer esteve em Alvalade a assistir à partida

Aos 70 minutos, Bruno Gallo viu vermelho direto depois de uma entrada sobre Marcos Acuña e os flavienses ficaram reduzidos a dez. Mas o Desp. Chaves não estava fora do jogo. O Sporting ia colocando gelo, ia gerindo, mas a vantagem era a mínima, a mais frágil, a mais perigosa. Niltinho entrou para o lugar de Perdigão e numa das primeiras vezes que foi chamado a intervir fez aquele que será o golo da jornada: o brasileiro dominou a bola na direita do ataque, fletiu para o vértice da área sportinguista e atirou de pé esquerdo, em jeito, sem qualquer hipótese para Renan. De um momento para o outro, o Sporting deixava de ter a vitória garantida para estar a empatar em casa com o último classificado.

Esperava-se que os leões fossem para cima, que pressionassem o Desp. Chaves e atirassem bolas para a área de Ricardo até conseguirem chegar ao golo da vitória. Mas a verdade é que não foi preciso. Na sequência de um canto marcado na esquerda, Tiago Martins considerou que William cometeu grande penalidade sobre Bas Dost, num lance que vai provocar, com toda a certeza, muita polémica — mas em que o VAR decidiu não intervir. Na conversão, Dost não falhou e garantiu a vitória para o Sporting.

O Sporting venceu o Desp. Chaves em casa, ultrapassou o Sp. Braga e está no segundo lugar do campeonato, a dois pontos do líder FC Porto. Tiago Fernandes deixou o relvado de Alvalade em lágrimas e consolado pelos jogadores no último jogo em que orientou os leões, mas uma coisa é certa: o jovem treinador interino cumpriu três jogos, não perdeu nenhum e deixa a Marcel Keizer uma equipa que, agora sim, pode dizer que está a lutar pelo título.

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