O alargamento da rede elétrica a todos os consumidores em Moçambique até 2030 vai custar 5,77 mil milhões de dólares (5,1 mil milhões de euros), refere a Estratégia Nacional de Energia (ENE) divulgada esta segunda-feira em Maputo.

“Alcançar o acesso universal até 2030 exige que cerca de 5,77 biliões [mil milhões] de dólares sejam fornecidos pelas instituições financeiras internacionais e pelo Governo de Moçambique”, diz a ENE.

De acordo com o documento, do valor necessário para que todos os moçambicanos tenham energia nos próximos 12 anos, o Governo espera obter 4,7 mil milhões de dólares (4,1 mil milhões de euros) em empréstimos de instituições financeiras internacionais, cerca de 1,6 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros) em doações e 295 milhões de dólares (141 milhões de euros) de fundos próprios.

Até 2030, o número de clientes que vai entrar na rede elétrica vai ultrapassar 4,8 milhões de clientes, devendo o número de novas ligações de clientes residenciais nas Áreas de Expansão Subsidiada aumentar de 135 mil em 2018 para 300 mil, em 2020, e 450 mil, em 2025, altura em que o número de ligações foi assumido como constante até 2030.

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“O número médio de ligações resultante de clientes residenciais a serem suportados pelo programa de eletrificação de 2018 a 2030 equivale a cerca de 373 mil clientes por ano, ou seja, 4.852.000 clientes no total”, pode ler-se no documento.

A estratégia defende que a eletrificação do país tenha em conta os consumidores comerciais e sociais, dentro e fora da rede, nas zonas rurais, urbanas e peri-urbanas.

Para assegurar a energia para todos os moçambicanos, o documento defende a entrada de operadores privados, tirando à empresa estatal Eletricidade de Moçambique (EDM) o monopólio na venda deste recurso.

“Nos anos mais bem-sucedidos, a EDM conseguiu ligar cerca de 140 mil novos clientes por ano, mas esse número diminuiu nos últimos anos, principalmente, devido à falta de um modelo comercial adequado”, lê-se na estratégia.

Falando na ocasião, o representante do Banco Mundial em Moçambique, Mark Lundell, afirmou que a instituição vai desembolsar 400 milhões de dólares (354, 6 milhões de euros) para projetos de eletrificação do país, apontando a energia como um motor para o desenvolvimento do país.