O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou esta segunda-feira condolências à família do empresário português encontrado morto, no domingo, na província de Maputo, capital de Moçambique.

O chefe de Estado “falou com a filha de José Paulo Antunes Caetano, a quem apresentou pessoalmente a sua solidariedade” num momento de “luto para a família e para a comunidade portuguesa em Maputo”, lê-se na página da Presidência na Internet.

A mensagem nota que o empresário português de 51 anos, da área da maquinaria de construção civil, foi encontrado morto depois de ter sido raptado na sexta-feira e “já depois de ter sido pago o resgate pedido pelos criminosos” – tal como anunciado no domingo, à Lusa, pelo secretário de Estado das Comunidades portuguesas, José Luís Carneiro. “O Presidente da República, preocupado com a gravidade da situação, aguarda a conclusão das investigações em curso”, conclui a mensagem.

A Polícia da República de Moçambique (PRM) adiantou esta segunda-feira à Lusa que há indícios de que o empresário tenha sido raptado por alguém que lhe era conhecido, acrescentando que estão a tentar extrair informação do telemóvel da vítima para chegar aos autores do crime.

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Governo português transmite a Moçambique preocupação com crescente insegurança

O Governo de Portugal transmitiu esta segunda-feira ao embaixador de Moçambique em Lisboa “forte preocupação para com a perceção de crescente insegurança” de cidadãos portugueses naquele país africano, agravada com o rapto e homicídio do empresário José Paulo Antunes Caetano.

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros referiu que o diretor-geral de Política Externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Pedro da Costa Pereira, transmitiu ao embaixador Joaquim Bule que “essa perceção se tem vindo infelizmente a reforçar com vários episódios marcados pelo desaparecimento ou morte de portugueses e agravou-se depois de conhecidas as circunstâncias em que ocorreu a morte do cidadão José Paulo Antunes Caetano, a 11 de novembro de 2018”.

Na reunião, “foi sinalizada a prioridade que o Governo português atribui às condições de segurança em que vive a numerosa comunidade portuguesa em Moçambique, a qual contribui ativamente e muito significativamente para o desenvolvimento económico e social” de Moçambique.

Com o propósito de “assegurar as melhores condições de segurança” aos portugueses em Moçambique, o Governo português manifestou “o total empenho em explorar com as autoridades moçambicanas as potencialidades do conjunto de instrumentos bilaterais em vigor e a possibilidade de criação de novos mecanismos que permitam uma troca adequada de informações entre Portugal e Moçambique”.

O embaixador de Moçambique em Lisboa “foi igualmente informado de que o Governo português tenciona reforçar as medidas de informação e de sensibilização dos cidadãos nacionais que se desloquem ou residam em Moçambique”.

O corpo de José Paulo Antunes Caetano foi encontrado sem vida no domingo, perto de Maputo, capital de Moçambique, depois de ter sido pago o resgate exigido logo após o rapto do empresário. Outro empresário, Américo Sebastião, foi raptado e continua desaparecido desde a manhã de 29 de julho de 2016, em Nhamapadza, distrito de Maringué, no centro de Moçambique.

Américo Sebastião foi raptado numa estação de abastecimento de combustíveis por homens fardados, que algemaram o empresário e o colocaram dentro de uma das duas viaturas descaracterizadas com que deixaram o posto de abastecimento de combustíveis.

Portugal ofereceu por várias vezes a cooperação judiciária e judicial acordada entre os dois países para tentarem localizar Américo Sebastião, mas as autoridades moçambicanas recusaram.