O Tribunal Distrital de Díli aplicou esta segunda-feira termos de identidade e residência a 22 jovens detidos na sexta-feira durante um protesto em frente ao Parlamento timorense, em que a polícia usou balas de borracha e gás lacrimogéneo.

Os jovens, que foram apresentados ao juiz em Díli, são acusados de distúrbios durante o protesto, sobre o qual a polícia disse não terem sido cumpridos os requisitos da autorização dada para a manifestação, que definia permanecer a mais de 100 metros do Parlamento.

A intervenção da polícia ocorreu depois de vários dias de protestos organizados pelo Movimento Universitário de Timor-Leste (MULT) que contesta, como o fez no passado, a compra de viaturas para os deputados.

No protesto, os estudantes constestaram os leilões de veículos usados pelos deputados, a preços muito mais baixos do que o mercado, quando os parlamentares terminam o mandato.

Uma delegação do MUTL esteve na semana passada com o Presidente do Parlamento Nacional para apresentar a contestação à decisão de comprar quase 50 novas viaturas.

Cerca de 34 antigos deputados, que terminaram os mandatos este ano, poderão comprar as viaturas que usavam.

Apesar de alguns momentos de tensão, o protesto decorreu sem grandes incidentes, situação que mudou na sexta-feira, quando os estudantes se aproximaram mais do que os 100 metros permitidos do complexo do Parlamento, disse fonte policial.

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O Parlamento situa-se em frente dos edifícios principais da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL) e os manifestantes concentram-se num jardim próximo, ao lado da entrada do Arquivo e Museu da Resistência Timorense (AMRT), no centro de Díli.

O protesto foi contestado por alguns deputados por os estudantes usarem caixões e cruzes, simbolizando as usadas em lápides, com nomes de deputados e do presidente do Parlamento Nacional.

A detenção dos jovens está a ser criticada nas redes sociais timorenses.