O Governo cubano anunciou esta quarta-feira que vai deixar de fornecer médicos ao Brasil devido às declarações “ameaçadoras e pejorativas” do Presidente eleito Jair Bolsonaro, que prometeu modificações “inaceitáveis” neste projeto governamental.

Jair Bolsonaro contestou as “referências médicas” e “reiterou que vai modificar os termos e condições do programa Mais Médicos”, depois de “questionar a preparação” dos profissionais cubanos, condicionando a “sua permanência no programa à revalidação do título”, refere, em comunicado o Ministério da Saúde de Cuba. O governo cubano acrescentou que as mudanças anunciadas “impõem condições inaceitáveis e violam as garantias acordadas desde o início do programa”, ratificado em 2016.

Perante esta “realidade lamentável, o Ministério da Saúde Pública (MINSAP) de Cuba tomou a decisão de não continuar a participar no programa Mais Médicos e informou o Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e os líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam essa iniciativa”, acrescentou. Agora, o Governo cubano deve chamar de volta ao seu país mais de 11 mil médicos que atualmente trabalham no Brasil.

Logo após o anúncio oficial do Ministério da Saúde Pública cubano, o Presidente eleito do Brasil usou a plataforma Twitter para reiterar sua posição, recordando que a saída do programa foi uma decisão unilateral de Cuba.

O programa Mais Médicos, iniciado no Governo da ex-presidente Dilma Rousseff em 2013, procurava garantir assistência médica para o maior número brasileiros, levando médicos cubanos a áreas pobres e zonas rurais do país. Em cinco anos, cerca de 20 mil funcionários cubanos atenderam mais de 113 milhões, em mais de 3.600 municípios.

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