O Grupo Volkswagen não só é o maior grupo automóvel do mundo, como é aquele que mais fortemente está a investir na mobilidade eléctrica, de uma ponta à outra da ‘cadeia’. Desde logo, prevendo uma vasta oferta de modelos movidos exclusivamente a electricidade, mas também investindo no desenvolvimento da tecnologia das baterias [a marca confirmou-nos que está a trabalhar em diferentes soluções ao mesmo tempo]. Sem esquecer uma arquitectura especificamente pensada para alojar baterias de raiz [a MEB] e o investimento que está a ser feito nas fábricas, desde a criação de novas à reconversão de antigas.

Com todas estas movimentações, e tendo presente a pesada “factura” decorrente da manipulação das emissões nos diesel, seria de esperar que o fabricante germânico estivesse entre os primeiros a prenunciar o fim das motorizações a gasóleo. Mas não.

Em entrevista à Automotive News Europe, o CEO da Volkswagen, Herbert Diess, admitiu que o Dieselgate ainda está a afectar as operações da marca que, numa tentativa de virar a página e encerrar um (triste) capítulo da história automóvel, se virou para a mobilidade eléctrica. Contudo, essa aposta não significa que os planos futuros do fabricante ponham completamente de lado as mecânicas convencionais. Pelo contrário, a Volkswagen nem sequer considera a hipótese de um futuro sem diesel. Diess explica por quê:

Muitos países não dispõem de energias renováveis. Logo [aí], se fizermos as contas, o diesel provavelmente continuará a ser a melhor opção numa óptica de mobilidade de baixas emissões de CO2”.

Mas essa é apenas uma das razões pelas quais a Volkswagen assume que continua a investir numa nova geração de motores a gasóleo. A outra tem a ver com a infra-estrutura que, em muitos países, continua a ser pouco convidativa à adopção de um veículo eléctrico.

Por fim, o líder do construtor de Wolfsburg diz acreditar que a mobilidade eléctrica é algo que se enquadra nas exigências dos meios urbanos, enquanto as mecânicas diesel continuarão a ser a escolha mais “racional” para quem tem de percorrer grandes distâncias, sem o ‘trauma’ da autonomia.

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