Paris respondeu a Washington, acusando Donald Trump de maus modos depois de várias provocações do presidente norte-americano no Twitter. O porta-voz de Emmanuel Macron, Benjamin Griveaux, acusou esta quarta-feira Donal Trump de falta de “decência” ao atacar a nação francesa numa altura em que se completa o aniversário dos atentados terroristas em Paris, que ocorreram a 12 de novembro de 2015 e provocaram a morte de 130 pessoas.
Questionado sobre os tweets de Trump, Benjamin Griveaux afirmou: “Ontem, dia 13, estivemos a homenagear as 130 pessoas assassinadas em Paris e Saint-Denis, por isso eu até lhe vou responder em inglês: ‘Common decency’ would have been appropriated.” Em português e numa tradução livre: “Um pouco de decência seria apropriado”.
Esta foi a resposta mais dura do Eliseu aos EUA, depois de Trump ter sido rude no Twitter. Tudo começou com uma entrevista de Macron à rádio Europe 1, em que Macron defendeu um exército europeu para que o continente se possa defender caso deixe de ter a proteção dos EUA. A frase foi entendida por Trump como se Macron estivesse a sugerir que o exército era para proteger a Europa não só da Rússia e da China, mas também dos EUA. O alegado mal-entendido levou Trump a responder com fogo e fúria.
Logo no primeiro tweet, Donald Trump critica Macron por sugerir esse exército europeu, lembrando que o inimigo de França na I e na II Guerra Mundial foi a Alemanha e que em Paris já estavam a aprender alemão quando os EUA entraram nos conflitos. E termina a exortar Macron a pagar pela NATO.
Emmanuel Macron suggests building its own army to protect Europe against the U.S., China and Russia. But it was Germany in World Wars One & Two – How did that work out for France? They were starting to learn German in Paris before the U.S. came along. Pay for NATO or not!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 13, 2018
Num outro tweet, Trump ameaça mudar regras de comércio na importação de vinho francês.
On Trade, France makes excellent wine, but so does the U.S. The problem is that France makes it very hard for the U.S. to sell its wines into France, and charges big Tariffs, whereas the U.S. makes it easy for French wines, and charges very small Tariffs. Not fair, must change!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 13, 2018
Depois, Trump atira mesmo a Macron, dizendo que o problema é que o presidente francês “tem taxas muito baixas de aprovação, de 26% e um desemprego de quase 10%” e que, por isso, está a querer centrar as atenções noutro assunto.
The problem is that Emmanuel suffers from a very low Approval Rating in France, 26%, and an unemployment rate of almost 10%. He was just trying to get onto another subject. By the way, there is no country more Nationalist than France, very proud people-and rightfully so!……..
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 13, 2018
E termina com o seu slogan aplicado a França.
……MAKE FRANCE GREAT AGAIN!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 13, 2018
Donald Trump esteve no início da semana em Paris para as comemorações dos 100 anos do armistício da I Guerra Mundial.