Cerca de 60 trabalhadores e dirigentes da plataforma de sindicatos da Infraestruturas de Portugal concentraram-se esta quinta-feira junto à Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, para denunciar o recuo da administração em fechar o acordo coletivo de trabalho.

“Esta ação é o culminar da falta de respostas por parte da administração da Infraestruturas de Portugal [IP] e também da tutela e do Governo às promessas feitas para alargar o acordo coletivo de trabalho a todos os trabalhadores da IP”, disse à agência Lusa Fernando Semblano, da Comissão de Trabalhadores (CT) da empresa.

Segundo o coordenador da CT, “iniciaram-se negociações, há uma plataforma conjunta de estruturas sindicais com as quais a CT está completamente solidária, com o objetivo de se conseguir a realização de um acordo coletivo de trabalho, que é a vontade da empresa e que é uma exigência dos trabalhadores”.

Fernando Semblano explicou que aquilo que se está a ver é “um recuo inexplicável” por parte da administração da empresa em fechar este acordo, “sempre com a desculpa que as Finanças não autorizam, o Governo não autoriza”.

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“Chegou-se mesmo ao cúmulo de haver matérias que estavam praticamente acordadas ou foram mesmo acordadas, como é o caso do aumento salarial deste ano para ser integrado em 2019, e que a administração vem dizer que estão colocadas em causa e que pode não haver nada”, acrescentou.

Trata-se de uma forma de “chantagem inaceitável”, considerou Fernando Semblano, lembrando que “não é compreensível como é que se tem a vontade a dada altura de fechar um acordo coletivo de trabalho com os sindicatos e agora não quer fazer o acordo”.

O acordo coletivo de trabalho, segundo o dirigente sindical, “já devia estar celebrado em 31 de dezembro de 2016. Estamos a chegar ao final de 2018, dois anos passados e a vontade [da administração] parece ser a de transformar o acordo em nada e os trabalhadores não vão aceitar”.

A plataforma de estruturas sindicais da IP, em conjunto com a CT, vai realizar diversos plenários até ao final do mês e adverte que “se este cenário continuar ou se se agravar o mês de dezembro será obviamente muito forte em lutas”.