Doze homens e quatro mulheres venezuelanos envolveram-se num protesto pela distribuição de comida num campo humanitário para refugiados em Bogotá, na Colômbia, e foram detidos. Posteriormente, quinze deles foram expulsos e levados até à fronteira com a Venezuela para serem deportados. O único a escapar à deportação, por ser menor, foi remetido ao Instituto Colombiano do Bem-estar Familiar, anunciaram as autoridades colombianas esta segunda-feira.

O grupo de migrantes roubou comida, destruiu tendas e entrou em confrontos com a polícia do campo. Os migrantes justificam os atos por estarem “frustrados com a distribuição de comida”, considerada “insuficiente, de má qualidade e até caducada” e pelo facto de não lhes ser permitido cozinhar, avança a agência de notícias Associated Press (AP). A distribuição de enlatados é feita três vezes ao dia e os responsáveis pelo campo pedem aos grupos comunitários que não levem comida de fora.

O diretor-geral de Migração da Colômbia, Christian Kruger, citado pela AP, considera que “a ideia deste campo humanitário é melhorar as condições de vida destas pessoas e ajudá-las a recuperar a dignidade”. Ainda assim, não dá espaço de manobra para os incidentes ocorridos. “Eles estão muito enganados se pesam que vamos permitir ações que comprometam a segurança da população colombiana ou dos venezuelanos que vivem no campo”, sublinha.

A ideia deste campo humanitário é melhorar as condições de vida das pessoas e ajudá-las a recuperar a dignidade”, afirma Christian Kruger, o diretor-geral de Migração da Colômbia.

A Secretária de Integração Social do país, Cristina Velez, comprometeu-se a reforçar a segurança do campo e, ao mesmo tempo, garantir que os mais vulneráveis irão ser defendidos.

Esta situação vem intensificar a tensão diplomática existente entre os dois países, já que o Presidente colombiano admitiu romper as relações diplomáticas com o país vizinho, se Nicolás Maduro tomar posse a 10 de janeiro.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Colômbia corta relações diplomáticas com Venezuela se Nicolás Maduro iniciar o novo mandado

O campo humanitário de El Camino, acolhe cerca de 470 venezuelanos e é gerido pelo governo municipal de Bogotá. Foi erguido na semana passada para albergar os migrantes venezuelanos que estavam a viver em tendas de campanha feitas de lâminas de plástico fora do terminal de autocarros da cidade.

Mais de um milhão de venezuelanos fugiram do país rumo à Colômbia para escaparem à inflação e à escassez de alimentos.