O secretário de Estado das Finanças disse esta segunda-feira, em Bruxelas, esperar que haja acordo para uma saída ordenada do Reino Unido da UE, mas admitiu que o risco de “não acordo” existe, pelo que o Governo está a preparar-se.

“O Ministério das Finanças e o Governo português, em geral — não só o Ministério das Finanças –, têm estado a acompanhar a questão do Brexit e, portanto, temos estado envolvidos em todo o trabalho que tem sido feito ao nível do Governo sobre as questões da contingência”, para “que os portugueses possam estar tranquilos”, disse Ricardo Mourinho Félix.

O secretário de Estado das Finanças, que falava à saída de uma reunião do Eurogrupo, sublinhou que todos estão a trabalhar no sentido de fechar “uma solução para o Brexit que seja cooperativa, e que portanto não seja necessário ativar quaisquer planos de contingência”, mas confirmou que estes estão em marcha, a nível nacional e europeu.

“Estamos a olhar para um conjunto de questões na área económica e financeira, obviamente, em que é preciso perceber se, de facto, houver um Brexit que não seja cooperativo, como é que se resolve um conjunto de questões que eu não gostaria agora de estar a detalhar nem a abordar”, apontou.

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Reiterando que um Brexit “cooperativo” é “do melhor interesse quer do Reino Unido, quer da União Europeia, quer de todos os Estados e todos os cidadãos”, Ricardo Mourinho Félix reconheceu todavia que o risco de não haver acordo “obviamente existe e não pode ser negado”, face às dificuldades da primeira-ministra britânica, Theresa May, em conseguir a aprovação do projeto de acordo pelo parlamento britânico.

“Existe um conjunto de trabalhos, no sentido de que os portugueses possam estar tranquilos face a essa situação, porque estamos a acompanhar as respostas que podem ser dadas numa situação dessas”, garantiu então.

Os chefes de Estado e de Governo da UE a 27 reúnem-se num Conselho Europeu extraordinário, no próximo domingo, em Bruxelas, para aprovar o projeto de acordo alcançado na semana passada, subsistindo a incógnita em torno da aprovação do documento pelo parlamento britânico, já que são muitas as vozes contra os contornos do acordo, incluindo dentro do partido conservador de May.