O Governo da província de Luanda admitiu esta quarta-feira que deve cerca de 60 mil milhões de kwanzas (170 milhões de euros) às operadoras que efetuam a limpeza na capital angolana, situação que está a “dificultar normal funcionamento” das empresas na recolha do lixo.

Respondendo às preocupações sobre os “enormes acumulados de lixo em vários pontos da província”, o diretor do gabinete do Ambiente, Gestão de Resíduos e Serviços Comunitários do Governo de Luanda, Tchino de Sousa, argumentou que o modelo de financiamento do sistema “não funcionou”.

No entanto, de acordo com o responsável, a situação “está controlada” e deriva de um “atraso no pagamento de 10 meses às operadoras”.

“Nem todos os munícipes pagam regularmente a taxa, temos uma dívida de aproximadamente 60.000 milhões de kwanzas e mensalmente arrecadamos cerca de 100 milhões de kwanzas (280 mil euros) valores insuficientes para cobrir as despesas das operadoras”, explicou.

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Segundo Tchino de Sousa, apesar das dificuldades operacionais, as empresas têm feito do seu papel de recolha e varredura, funcionando apenas com os “serviços mínimos”, pedindo “compreensão e colaboração” dos munícipes na hora da deposição dos resíduos.

Nesta fase, salientou, “também precisamos que os munícipes nos ajudem na melhor acomodação do lixo” e respeitem os horários de colocação nos contentores.

A dívida para com as operadoras será liquidada “gradativamente”.

Por sua vez, o assessor do vice-governador de Luanda para o setor económico, Antas Miguel, deu a conhecer que um novo modelo de recolha de lixo na capital angolana deve ser implementado, a partir de 2019.

“O novo modelo traz um regulamento com um conjunto de regras de cumprimento obrigatório de todos os atores desde os produtores de resíduos, prestadores de serviços e o poder público”, disse.

“Vamos criar um modelo com sustentabilidade diferente, com novas formas de taxar e cobrar”, apontou.